Os analistas do mercado financeiro elevaram as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024. A expectativa é que a economia do país cresça 2,43% neste ano, percentual bastante positivo e que reflete a melhora da atividade econômica brasileira.
A saber, as projeções nos primeiros meses deste ano indicavam um crescimento de 1,5%. Contudo, os bons resultados registrados no primeiro semestre, e as expectativas em relação à continuidade desse cenário positivo, fizeram os analistas elevarem suas estimativas para o PIB brasileiro ao longo do ano.
Em resumo, o mercado elevou as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2024 pela segunda semana consecutiva, de 2,23% para 2,43%. Apesar do avanço, o crescimento do PIB deverá se manter inferior à alta registrada no ano passado. A saber, os dados fazem parte do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central (BC).
Inclusive, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que o avanço da economia brasileira será superior a 2,5%, taxa projetada pela pasta.
Para 2025, as estimativas caíram levemente, de 1,89% para 1,86%. Vale destacar que a taxa não costuma apresentar grandes variações porque os analistas ficam mais atentos ao desempenho do ano vigente, ou seja, de 2024.
Projeção para inflação no Brasil em 2024 acelera
Os analistas do mercado financeiro também elevaram as projeções para a inflação no Brasil em 2024 na semana passada. O avanço é o 15º nas últimas 16 semanas, sendo o sexto seguido, e indica maior pessimismo entre os economistas, que acreditam na piora do desempenho do indicador neste ano.
De acordo com o boletim Focus, a inflação no Brasil deverá ficar em 4,25% neste ano, taxa maior que a projetada na semana anterior (4,22%). Há quatro semanas, a taxa estava em 4,10%, e as previsões seguem em alta quase ininterruptamente desde o início de maio.
Embora tenha avançado mais uma vez, a taxa segue dentro da meta definida para o ano, algo que é muito positivo para o país. Isso porque, quando a inflação fica controlada, há uma sinalização clara de fortalecimento da economia brasileira, ao menos no geral.
A saber, o BC divulga semanalmente as projeções dos analistas em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em resumo, estes dados refletem a situação atual do país e mostram quais deverão ser os próximos passos dados pela economia brasileira e os desafios que ela deverá enfrentar.
Para 2025, os analistas projetam uma taxa inflacionária de 3,93% no país, acima da última estimativa (3,91%). A inflação deverá ficar menor que a deste ano.
Benefícios de uma inflação controlada
O Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%. Logo, as projeções dos analistas, de 4,25%, estão dentro do limite, dado muito positivo para o país.
Taxa de juros no Brasil se mantém estável
Por fim, os analistas mantiveram estáveis pela décima semana consecutiva as estimativas para a taxa Selic, em 10,50% neste ano. A saber, o BC promoveu cortes na Selic entre agosto de 2023 e maio deste ano, totalizando uma redução de 3,25 pontos percentuais.
Contudo, após essa sequência de reduções, a autarquia decidiu manter a taxa estável, sem promover alterações no nível atual dos juros no Brasil. Por isso, a taxa Selic está em 10,50% ao ano, e a expectativa é que encerre o ano nesse patamar.
A propósito, a taxa Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços, a temida inflação. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.
Como os preços dos produtos cresce quando há maior demanda, o contrário também acontece. Assim, ao elevar os juros e reduzir as chances da população gastar, mais controlada tende a ficar a inflação.
Para 2025, a taxa de juros deverá encerrar o ano em 10,00%, patamar um pouco menor que o esperado para o final deste ano. O BC não deverá elevar os juros no ano que vem, visto que a taxa de inflação também deverá ficar levemente menor em 2025, mas a redução deverá ser bem leve.