A economia brasileira cresceu 1,4% em junho deste ano, na comparação com o mês anterior. Com o acréscimo deste resultado, a atividade do país fechou o segundo trimestre do ano com um avanço firme de 1,1%, mas a alta foi mais fraca que a observada nos três primeiros meses deste ano, indicando desaceleração da atividade nacional.
Esses dados se referem ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é realizado pelo Banco Central (BC) e cuja divulgação ocorreu nesta sexta-feira (17). Aliás, a alta do indicador em junho veio mais forte que o esperado pelos analistas do mercado financeiro, que acreditavam em um avanço de 0,5% em relação a maio.
Confira abaixo a evolução do IBC-Br nos últimos trimestres, na comparação com os três meses imediatamente anteriores:
- 1º trimestre de 2023: 1,9%;
- 2º trimestre de 2023: 0,9%;
- 3º trimestre de 2023: -0,8%;
- 4º trimestre de 2023: 0,2%;
- 1º trimestre de 2024: 1,5%;
- 2º trimestre de 2024: 1,1%.
Desde o início do ano passado, o único resultado negativo foi registrado entre julho e setembro de 2023. Contudo, os avanços observados nos outros períodos mostram um fortalecimento da economia brasileira, que segue em nível elevado, surpreendendo o mercado.
Esses números passam por um ajuste sazonal para que haja “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados conseguem refletir a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais, conforme as taxas inflacionárias de cada período.
Cabe salientar que o indicador do BC é considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O índice funciona como um sinalizador do que realmente está por vir em relação à atividade econômica do país.
Entenda o indicador do BC
O IBC-Br é considerado a ‘prévia’ do PIB e seu objetivo é avaliar a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o BC na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Na prática, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:
- Indústria;
- Comércio e serviços;
- Agropecuária.
Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.
O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa os dados oficiais da economia brasileira.
Economia brasileira dispara na base anual
Nas bases mensal e trimestral, a economia brasileira registrou um avanço firme. Já na comparação com junho de 2023, a atividade econômica teve um forte crescimento de 3,2%, sem ajuste sazonal. Isso mostra que os dados do sexto mês deste ano foram bem mais firmes que os observados no mesmo período do ano passado, sinalizando o fortalecimento da atividade nacional.
De acordo com o Banco Central, o IBC-Br fechou o primeiro semestre de 2024 com um crescimento de 2,1% na comparação com os seis primeiros meses de 2023. Já no acumulado dos últimos 12 meses até junho, o avanço foi um pouco mais leve, de 1,6%. Em ambos os casos, o cálculo do índice ocorreu sem ajuste sazonal.
Projeções para a economia brasileira em 2024
Em resumo, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. Para 2024, os analistas estimam que o PIB brasileiro deverá crescer 2,20%, taxa inferior a de 2023.
Vale destacar que as projeções podem apresentar variações mais intensas ao longo do ano, a depender dos problemas que surgirem no país, bem como da resposta que o Brasil dará a estas questões. Portanto, as estimativas atuais não permanecerão necessariamente iguais até o final do ano.
Para 2025, as projeções para o avanço do PIB são um pouco mais otimistas. Em síntese, o Ministério da Fazenda estima que a economia cresça 2,6% em relação a 2024, taxa inferior ao último prognóstico, divulgado em julho, que sinalizava uma alta de 2,8%.
Essa perda de força deve acontecer devido à manutenção da taxa de crescimento em 2024. Isso porque os desafios para o ano que vem continuam muito altos. Em suma, a inflação está voltando a ganhar força no país e o Banco Central prefere manter a taxa de juros sem alteração, vendo-se impossibilitado de reduzir os juros.
Aliás, o corte dos juros resulta na elevação do poder de compra da população. Contudo, a decisão também pressionaria a taxa inflacionária do país, que segue mais alta do que o esperado pela autarquia.