O desemprego no Brasil encolheu no segundo trimestre de 2024 e atingiu 7,5 milhões de pessoas. O número de desempregados recuou 12,5 pontos percentuais (p.p.) em relação aos três meses anteriores. Com isso, o Brasil fechou o trimestre com uma taxa de desocupação de 6,9%.
Na comparação com os três primeiros meses deste ano, houve uma redução de 1,1 milhão de pessoas sem ocupação no país. Esse resultado mostra a forte recuperação do mercado de trabalho brasileiro no período, quando comparado ao início de 2024, com os números do desemprego caindo no país.
Da mesma forma, a taxa caiu 12,8 p.p. na comparação com o segundo trimestre de 2023, o que também representa um decréscimo de 1,1 milhão de pessoas nessa condição. Isso mostra que os resultados deste ano estão melhores que o observado em 2023, primeiro ano do governo Lula.
A propósito, todos os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quinta-feira (15).
Desemprego cai em 15 das 27 UFs
No segundo trimestre de 2024, o desemprego caiu no Brasil devido aos resultados registrados por uma parte considerável das unidades federativas (UFs). Entre abril e junho, a taxa de desocupação caiu em 15 das 27 UFs, impulsionando a melhora do resultado nacional.
Em suma, os locais que registraram queda na taxa de desocupação no trimestre foram:
- Bahia: -2,9 p.p.
- Piauí: -2,4 p.p.
- Amazonas: -1,9 p.p.
- Alagoas: -1,8 p.p.
- Tocantins: -1,7 p.p.
- Acre: -1,7 p.p.
- Espírito Santo: -1,4 p.p.
- Maranhão: -1,1 p.p.
- Ceará: -1,1 p.p.
- Pará: -1,1 p.p.
- São Paulo: -1,0 p.p.
- Minas Gerais: -1,0 p.p.
- Goiás: -0,9 p.p.
- Rio de Janeiro: -0,7p.p.
- Santa Catarina: -0,6 p.p.
A taxa nas UFs restantes se manteve estável em relação aos três meses anteriores. “Vale ressaltar que nos estados onde a queda não foi estatisticamente significativa, o panorama foi de estabilidade. Dessa forma, nenhum estado apresentou aumento da taxa de desocupação na comparação com o primeiro trimestre de 2024“, ressaltou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
A propósito, alguns locais registraram quedas percentuais mais intensas que as citadas, como Amapá (-1,9 p.p.) Paraíba (-1,3 p.p.) e Mato Grosso do Sul (-1,2 p.p.). Contudo, nenhum destes resultados foi considerado retração, para fins estatísticos, segundo o IBGE.
Veja o estado que liderou o ranking de desemprego
No segundo trimestre de 2024, Pernambuco teve a maior taxa de desocupação do país, ultrapassando a Bahia, que caiu para a segunda posição. Em suma, os estados nordestinos vêm se alternando nessa posição, juntamente com o Amapá, e as quedas mais intensas observadas neste e na Bahia fizeram Pernambuco voltar à liderança nacional do desemprego.
Veja abaixo as taxas de desocupação em todas as UFs no segundo trimestre de 2024:
Unidade Federativa | 1º trimestre de 2024 | 2º trimestre de 2024 |
Pernambuco | 12,4% | 11,5% |
Bahia | 14,0% | 11,1% |
Distrito Federal | 9,5% | 9,7% |
Rio de Janeiro | 10,3% | 9,6% |
Rio Grande do Norte | 9,6% | 9,1% |
Sergipe | 10,0% | 9,1% |
Amapá | 10,9% | 9,0% |
Paraíba | 9,9% | 8,6% |
Alagoas | 9,9% | 8,1% |
Amazonas | 9,8% | 7,9% |
Piauí | 10,0% | 7,6% |
Ceará | 8,6% | 7,5% |
Pará | 8,5% | 7,4% |
Maranhão | 8,4% | 7,3% |
Acre | 8,9% | 7,2% |
Roraima | 7,6% | 7,1% |
São Paulo | 7,4% | 6,4% |
Rio Grande do Sul | 5,8% | 5,9% |
Minas Gerais | 6,3% | 5,3% |
Goiás | 6,1% | 5,2% |
Espírito Santo | 5,9% | 4,5% |
Paraná | 4,8% | 4,4% |
Tocantins | 6,0% | 4,3% |
Mato Grosso do Sul | 5,0% | 3,8% |
Mato Grosso | 3,7% | 3,3% |
Rondônia | 3,7% | 3,3% |
Santa Catarina | 3,8% | 3,2% |
Na parte de baixo da tabela, a situação teve uma mudança em relação ao trimestre anterior. Em síntese, Rondônia vinha apresentando a menor taxa do país desde último trimestre de 2022, mas Santa Catarina voltou a ter a menor taxa de desemprego do país.
Nordeste tem a maior taxa de desocupação do país
O instituto revelou que o Nordeste seguiu como a região com a maior taxa de desemprego do Brasil, com todos os estados nordestinos apresentando taxas superiores à média nacional (6,9%).
Veja abaixo as taxas de desocupação em cada uma das regiões brasileiras no segundo trimestre de 2024:
- Nordeste: 9,4%;
- Norte: 6,9%;
- Sudeste: 6,6%;
- Centro-Oeste: 5,4%;
- Sul: 4,7%.
Saiba mais sobre a PNAD Contínua
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. Isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em síntese, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país, desemprego, entre outros pontos.
Os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.