O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (12) que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer mais do que 2,5% em 2024. Essa taxa de crescimento foi projetada pelo Governo Federal nos últimos meses, que acredita em um desempenho um pouco mais fraco da economia do país em relação a 2023.
A declaração do ministro ocorreu na tarde de hoje e indica maior otimismo do ministro. Dias atrás, Haddad já havia dito que seria “provável” revisar as estimativas do Executivo para cima, e acredita que isso acontecerá nos próximos meses.
“Eu diria que nós brevemente devemos rever o crescimento da economia brasileira para além dos 2,5% previstos pela nossa Secretaria de Política Econômica“, disse Haddad em evento da corretora Warren Investimentos.
Balança comercial deve impulsionar PIB brasileiro
Durante o evento, o ministro da Fazenda afirmou que os dados positivos que vêm sendo registrados pela balança comercial brasileira deverão impulsionar o desempenho do PIB brasileiro em 2024 para além das estimativas do governo.
“Lembrando que a balança comercial brasileira está no seu melhor momento, exportações crescendo, saldo comercial crescendo, contra a previsão de muita gente, e a economia esse ano está crescendo“, disse o ministro.
No final de março, Haddad havia citado a redução da taxa de juros no país, que fortalecia a economia brasileira. O ministro pedia por cortes na taxa Selic desde 2023 e, desde que isso começou a acontecer, em agosto do ano passado, ele passou a acreditar ainda mais no avanço da economia brasileira.
No entanto, vale destacar que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promoveu a última redução da taxa Selic em maio. De lá para cá, apenas manteve a taxa estável em 10,50% ano, contrariando as estimativas de queda até junho, mesmo que mais leves.
Meta da inflação no Brasil em 2024
Em comunicado, o Copom ressaltou durante a última reunião, realizada em julho, “que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta“.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%.
“O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta“, afirmou o Copom.
Cabe salientar que a inflação afeta diretamente a taxa de juros no Brasil, que, por sua vez, pode impulsionar o PIB brasileiro ou limitar o seu crescimento, a depender do nível da taxa Selic.
Estimativas do governo superam projeções de analistas
Nesta segunda-feira (12), o Banco Central (BC) divulgou as novas projeções de analistas do mercado financeiro em relação aos principais indicadores econômicos do Brasil. A publicação, chamada de relatório Focus, é divulgada semanalmente, trazendo atualizações das estimativas do mercado.
Segundo o relatório, os analistas mantiveram as suas projeções para o Produto Interno Bruto brasileiro em 2024 estáveis. Em suma, a economia brasileira deverá crescer 2,20% neste ano, resultado que interrompeu uma sequência de cinco altas consecutivas.
Apesar dos recentes avanços, as estimativas dos analistas para o desempenho do PIB ainda são mais modestas que as projeções do governo federal, que indicam um crescimento de 2,5% da economia neste ano.
Entretanto, como as atualizações são semanais, os dados podem continuar apresentando alterações nas próximas atualizações da publicação, aproximando ambas as taxas.
Projeções do governo para o PIB em 2025
Para 2025, as projeções para o avanço do PIB recuaram. Em resumo, o Ministério da Fazenda estima que a economia cresça 2,6% em relação a 2024, taxa inferior ao último prognóstico, que sinalizava uma alta de 2,8%.
Essa perda de força deve acontecer devido à manutenção da taxa de crescimento em 2024. Isso porque os desafios para o ano que vem continuam muito altos. Em suma, a inflação está voltando a ganhar força no país e o Banco Central prefere manter a taxa de juros sem alteração, vendo-se impossibilitado de reduzir os juros.
Aliás, o corte dos juros resulta na elevação do poder de compra da população. Contudo, a decisão também pressionaria a taxa inflacionária do país, que segue mais alta do que o esperado pela autarquia.