Um novo recorde foi batido pelo Brasil. No trimestre encerrado em junho deste ano, o país registrou 38,380 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
A saber, esse é o maior contingente da série histórica da PNAD Contínua, iniciada 2012. Em outras palavras, a pesquisa nunca havia registrado tantos trabalhadores com carteira assinada no país em um trimestre quanto o observado entre fevereiro e abril deste ano.
Em suma, o número cresceu 1,0% em relação ao trimestre anterior (mais 397 mil pessoas). Já na comparação com o trimestre de abril a junho de 2023, houve um crescimento ainda mais intenso número de empregados com carteira assinada, de 4,4% (acréscimo de 1,6 milhão de pessoas).
Esse aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada tanto na base mensal quanto na anual é um dado bastante positivo, pois mostra o fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro no Governo Lula.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
População ocupada cresce no trimestre
A PNAD Contínua revelou outros dados referentes ao mercado de trabalho brasileiro. Em resumo, a população ocupada somou 101,8 milhões entre abril e junho deste ano, atingindo um novo recorde da série histórica, iniciada em 2012.
A taxa cresceu 1,6% na comparação com o trimestre anterior (acréscimo de 1,6 milhão de pessoas). Já na comparação com o trimestre encerrado em junho de 2023, houve um crescimento de 3,0% da população ocupada (mais 2,9 milhões de pessoas).
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, destacou o bom momento para “Observa-se a manutenção de resultados positivos e sucessivos. Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas nesse trimestre, mas são consequência do efeito cumulativo de uma melhoria do mercado de trabalho em geral nos últimos trimestres“, disse.
Trabalho sem carteira também bate RECORDE
O número de empregados sem carteira de trabalho cresceu 3,1% na comparação trimestral (mais 410 mil pessoas) e 5,2% na anual (mais 688 mil pessoas). Entre abril e junho deste ano, havia 13,797 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil, segundo os dados do levantamento.
Em síntese, esse número é o novo recorde da série e sinaliza o crescimento de trabalhadores sem carteira assinada no país. O antigo recorde havia sido registrado no trimestre móvel anterior, quando o país tinha 13,7 milhões de trabalhadores sem carteira assinada.
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,5 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre abril e junho deste ano. Esse valor ficou estável tanto na base trimestral quanto na anual.
Por sua vez, o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,8 milhões no período, taxa que também ficou estatisticamente estável em relação ao trimestre anterior e ao trimestre móvel encerrado em junho de 2023.
Nesta semana, o IBGE divulgou os dados mais recentes da PNAD Contínua, revelando que a taxa de desocupação no Brasil ficou estável no trimestre de abril a junho deste ano, atingindo 6,9%.
Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em junho de 2023, a taxa caiu 1,1 p.p., já que o percentual estava em 8,0% no período. Isso mostra que o resultado no início deste ano está melhor que o observado no mesmo período de 2023.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 5,8% em um ano, para R$ 3.214. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 176 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 3.038 um ano atrás.
Número de pessoas ocupadas cresce no trimestre
O levantamento também revelou que quatro dos dez grupamentos pesquisados fecharam o trimestre com aumento no número de vagas criadas:
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,8%, ou mais 852 mil pessoas);
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (1,5%, ou mais 283 mil pessoas);
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (1,9%, ou mais 247 mil pessoas);
- Outros serviços (2,6%, ou mais 142 mil pessoas).
Os demais grupos fecharam o trimestre sem apresentar variação significativa em relação ao trimestre anterior. Segundo o IBGE, os seis grupamentos pesquisados são:
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura;
- Alojamento e alimentação;
- Construção;
- Indústria Geral;
- Serviços domésticos
- Transporte, armazenagem e correio.
Seis setores criam vagas em um ano
O resultado trimestral indicou estabilidade no número de ocupados na maioria dos grupamentos pesquisados, mas o resultado na base anual teve criação de vagas na maioria dos grupos.
Em suma, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em seis dos dez grupamentos pesquisados, em relação ao trimestre de abril a junho de 2023. Veja abaixo os números de empregos criados no país, em relação ao mesmo período do ano passado:
- Informação, comunicação e afins (901 mil);
- Administração pública e afins (685 mil);
- Comércio, reparação de veículos e afins (459 mil);
- Transporte, armazenagem e correio (401 mil);
- Construção (352 mil);
- Outros serviços (295 mil).
Por outro lado, houve redução no grupamento de agricultura, pecuária e afins (-4,1%, ou menos 343 mil pessoas). Já os três grupamentos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, o número de vagas criadas se manteve estável.