A prévia da inflação teve uma variação acima do esperado em julho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,30% no sétimo mês de 2024.
Em suma, a variação da inflação veio acima da média das estimativas de analistas do mercado financeiro, que acreditavam em uma alta de 0,23% no mês. Apesar disso, a taxa desacelerou em relação ao mês anterior (0,39%), sinalizando que os preços subiram menos em julho, em comparação a junho.
População sofre com a inflação alta
Muitas pessoas não entendem o que significa inflação e como ela influência o país. Em suma, o termo se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços, ou seja, impacta diretamente os consumidores.
Por exemplo, a variação dos preços nos supermercados, nos postos de combustíveis e nas farmácias afeta a população brasileira. Quando os preços sobem, as pessoas precisam pagar mais caro para adquirir os itens. Por outro lado, quando os valores caem, os consumidores conseguem economizar um pouco.
Inflação também se refere às variações nos preços dos serviços, como energia elétrica e plano de saúde. Portanto, o IBGE tem um papel muito importante, informando o comportamento dos preços de produtos e serviços no país e indicando quais grupos apresentaram as variações mais intensas em cada período.
De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos“.
Preços sobem em 7 dos 9 grupos pesquisados
O IBGE revelou que sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento dos seus preços em julho, na comparação com o mês anterior, sinalizando uma disseminação das altas no país.
Confira abaixo quais foram os grupos pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram em julho:
- Transportes: 1,12%;
- Habitação: 0,49%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,33%;
- Despesas pessoais: 0,32%;
- Artigos de residência: 0,24%;
- Comunicação: 0,09%;
- Educação: 0,06%.
De acordo com o IBGE, o grupo transportes voltou a exercer o maior impacto no IPCA-15, de 0,23 ponto percentual (p.p.). O avanço respondeu por grande parte da variação da inflação nacional, impulsionando-a no mês.
O grupo transportes, que havia exercido o menor impacto em maio (-0,05 p.p.), trocou de posição com o grupo alimentação e bebidas, que teve a maior influência negativa em julho, com os preços caindo em relação ao mês anterior.
No grupo transportes, o grande destaque foi o item passagens aéreas, cujos preços subiram 19,21%, contribuindo com 0,12 p.p. no índice de julho. “Em relação aos combustíveis (1,39%), gasolina (1,43%), etanol (1,78%) e óleo diesel (0,09%) tiveram alta, enquanto gás veicular (-0,25%) registrou queda de preços“, informou o IBGE.
Preços do grupo transportes caem
Dois grupos registraram queda nos preços em julho, ajudando a limitar a alta da prévia da inflação no país. Os recuos foram registrados pelos grupos alimentação e bebidas (-0,44%) e vestuário (-0,08%).
Em suma, o grupo alimentação e bebidas havia exercido o maior impacto positivo no IPCA-15 em junho, de 0,21 p.p. Naquele mês, os preços dos produtos e serviços do grupo subiram 0,98%.
Já em julho, a queda nos preços foi influenciada pela alimentação no domicílio, cujos preços caíram 0,70% em junho, após alta de 1,13% no mês anterior. Os alimentos que ficaram mais baratos no Brasil em julho foram:
- Cenoura: -21,60%;
- Tomate: -17,94%;
- Cebola: -7,89%;
- Frutas: -2,88%.
Cabe salientar que não houve apenas quedas em julho. No lado das altas, os destaques ficaram com o leite longa vida (2,58%) e o café moído (2,54%).
Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,25%, desacelerando em relação a junho (0,59%). Isso aconteceu devido às altas menos intensas do lanche (de 0,80% em junho para 0,24% em julho) e da refeição (0,51% em junho para 0,23% em julho).
Inflação sobe em 10 dos 11 locais pesquisados
Em julho, o IPCA-15 subiu devido ao aumento dos preços em 10 dos 11 locais pesquisados pelo IBGE, sinalizando o encarecimento disseminado dos preços no país.
Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.
Veja as taxas de julho nos locais pesquisados pelo IBGE:
- Brasília: 0,61%;
- São Paulo: 0,39%;
- Curitiba: 0,33%;
- Rio Janeiro: 0,33%;
- Goiânia: 0,31%;
- Fortaleza: 0,25%;
- Belo Horizonte: 0,25%;
- Belém: 0,19%;
- Porto Alegre: 0,17%;
- Salvador: 0,11%;
- Recife: -0,05%.
“A maior variação foi observada em Brasília (0,61%), por conta das altas da passagem aérea (13,68%), da taxa de água e esgoto (5,02%) e da gasolina (2,94%). Já o menor resultado ocorreu em Recife (-0,05%), que registrou queda nos preços do tomate (-37,13%) e da cenoura (-28,27%)“, informou o IBGE.