O rendimento dos trabalhadores do Brasil continua em crescimento. Em junho deste ano, o valor atingiu uma marca expressiva, sinalizando a melhora do piso dos profissionais, que torcem por mais avanços ao longo dos meses.
De acordo com o levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o piso salarial médio do país foi de R$ 1.684,06 no sexto mês deste ano. O valor superou o piso observado em maio (R$ 1.639,83).
Em síntese, o valor médio é “equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados”, segundo o Dieese.
Reajustes salariais entre os setores econômicos
Entre os quatro setores econômicos pesquisados, dois deles tiveram resultados superiores à média nacional, para alegria dos trabalhadores. Por outro lado, outras duas atividades apresentaram números inferiores à média do país, mas ainda bastante elevados.
Veja abaixo os pisos salariais de cada um dos setores em junho de 2024:
- Serviços: R$ 1.700,55;
- Comércio: R$ 1.686,91;
- Rural: R$ 1.677,69;
- Indústria: R$ 1.657,40.
Cabe salientar que o setor de serviços é considerado o maior empregador do país. Em suma, os serviços respondem por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, indicador que se refere à soma de todos os produtos e serviços produzidos no país, quantificando a sua atividade econômica. Portanto, o setor tem a maior importância para a economia do país.
Em junho, os serviços voltaram à liderança, apresentando o maior piso médio do país, após o comércio ficar nessa posição em abril e maio. Geralmente, os serviços apresentam o maior valor do país, e isso voltou a acontecer em junho.
Reajustes salariais entre os setores econômicos
Além de ter apresentado o maior piso médio salarial em junho, o setor de serviços também teve a maior proporção de reajustes acima da inflação. Entre janeiro e junho, 87,6% do total de reajustes dos serviços ficaram acima da inflação. Já as negociações abaixo do INPC totalizaram apenas 3,2%, enquanto 9,2% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.
Com dados bastante semelhantes, a indústria registrou 87,1% dos reajustes acima da inflação em junho deste ano. Em contrapartida, o volume das negociações ficaram abaixo do INPC no período somaram 3,3%, enquanto os 9,6% restantes tiveram uma variação igual a da inflação.
No geral, os dados da indústria e dos serviços foram muito positivos e bem semelhantes, mas o comércio não conseguiu registrar resultados tão expressivos assim para os trabalhadores do país. Entretanto, os dados do setor ainda foram muito positivos para os empregados.
Em suma, 76,5% dos reajustes do comércio ficaram acima da inflação, o que quer dizer que mais da metade dos trabalhadores do setor de serviços viram o seu poder de compra crescer no quarto mês deste ano.
De modo diferente, 2,1% das negociações ficaram abaixo do INPC e representaram perda real para o trabalhador dos serviços. Essa foi a menor taxa entre os três principais setores econômicos do país.
Já os 21,4% dos acordos e convenções restantes ficaram iguais ao INPC e também não resultaram em ganho real para os empregados do setor. Contudo, diferentemente dos reajustes abaixo da inflação, estes acordos não reduziram o poder de compra dos trabalhadores.
Inflação alta reduz poder de compra do brasileiro
A saber, a inflação é um dado muito importante para toda a população, mesmo que nem todos saiba disso. Em resumo, quando a taxa inflacionária do país está em um nível muito alto, o poder de compra do trabalhador fica reduzido, uma vez que as pessoas terão que gastar mais para comprar produtos ou contratar serviços.
Aliás, quando o INPC está muito elevado, os reajustes tendem a ficar abaixo do indicador, até porque a maioria dos patrões não irá aumentar de maneira expressiva os salários dos empregados, mesmo com a inflação elevada.
Vale destacar que o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Isso explica a importância desse indicador, tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores do país. A propósito, o INPC acumulado em 12 meses até junho chegou a 3,70%.
Piso médio salarial nas regiões brasileiras
Além disso, o Dieese também revelou o piso médio nacional nas regiões brasileiras. A propósito, todos os dados divulgados pelo Dieese são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Veja abaixo os pisos salariais médios em cada região brasileira em junho deste ano:
- Sul: R$ 1.772,00;
- Sudeste: R$ 1.721,80;
- Centro-Oeste: R$ 1.617,74;
- Norte: R$ 1.587,66;
- Nordeste: R$ 1.554,95.