Em novo Boletim Macrofiscal, anunciado nesta quinta-feira (18), o governo federal continuou com sua projeção de crescimento de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. O documento foi divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), que compõe o Ministério da Fazenda.
Para o ano de 2025, a projeção do PIB recuou de 2,8% para 2,6%. O Produto Interno Bruto anual representa a somatória dos bens e serviços produzidos no Brasil durante o ano, e serve como uma métrica relevante para mensurar o crescimento da economia do país.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera que as recentes informações divulgadas sobre a economia brasileira estão “vindo muito bem, consistentes e com baixa pressão nos preços, o que é ótimo, crescer com inflação controlada”, afirma.
Por outro lado, Haddad acredita que a equipe econômica deve ter “parcimônia” no momento de atualizar as estimativas do PIB para este ano.
Revisão das projeções do PIB para cima não se concretizaram
Até a última terça-feira (16), o ministro tinha afirmado que sua expectativa era de que a equipe econômica revisasse a estimativa de crescimento do PIB de 2024 para cima. “O que é provável que aconteça”, disse Haddad depois de se reunir com empresários no Palácio do Planalto.
Na ocasião, ele ainda destacou que, apesar dos problemas vividos pelo Rio Grande do Sul, a economia do Brasil continua avançando.
No entanto, apesar dessa fala, as revisões positivas em relação ao crescimento do PIB brasileiro não se concretizaram na divulgação do novo Boletim Macrofiscal, visto que permaneceram as mesmas.
A Secretaria de Política Econômica enxerga que as ações de auxílio às empresas e famílias que vivem o drama das enchentes do Rio Grande do Sul podem compensar os impactos causados.
Último registro do PIB e outras estimativas
O PIB do Brasil é divulgado de maneira oficial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, o Produto Interno Bruto cresceu 2,9% em relação a 2022.
Diante do último resultado, a projeção atual do governo (crescimento de 2,5%) mostra uma perspectiva de desaceleração do avanço do PIB do país. Por outro lado, a projeção anunciada pelo Governo Federal é de um crescimento superior ao que espera o mercado financeiro.
O último Boletim Focus, que resume as expectativas de mercado não apenas para o PIB, mas também para diversos outros indicadores econômicos, estima um crescimento de 2,11% do PIB para o ano de 2024, sendo 0,39 ponto percentual (p.p.) inferior à projeção do governo. Enquanto isso, a estimativa do Banco do Brasil aponta um potencial crescimento de 2,3% da economia brasileira.
Em relação às projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – inflação oficial do Brasil – para este ano, o governo estima uma alta de 3,90%, acima de sua projeção anterior, divulgada em maio, que tinha sido de alta de 3,70%.
“Essa estimativa já leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado e da calamidade no RS nos preços, além dos reajustes recentes anunciados para os preços da gasolina e GLP”, destaca o boletim.
Sobre o reajuste negativo para a projeção de crescimento do PIB em 2025 – passando de 2,8% para 2,6% – o documento aponta que essa mudança está relacionada “à pausa no corte de juros pelo Banco Central em 2024, conforme apontado pelas expectativas de mercado”. Já nas estimativas para 2026, a projeção governamental teve uma ligeira melhora, passando de um crescimento de 2,5% para um avanço de 2,6%.