À medida que o Pix se consolida como uma das principais formas de pagamento e transferência de dinheiro no Brasil, também aumentam os relatos de golpes envolvendo essa tecnologia. Um dos mais recentes e preocupantes é o “golpe do Pix errado“, que tem circulado amplamente nas redes sociais e causado prejuízos a diversas pessoas.
Esse tipo de fraude tem se mostrado bastante eficaz e vem crescendo em frequência. As vítimas, muitas vezes, só percebem que foram enganadas depois de já terem sofrido o prejuízo. A seguir, vamos detalhar como esse golpe é realizado e quais medidas podem ser tomadas para evitar cair nessa armadilha.
Conheça o golpe do Pix errado
O golpe do Pix errado começa com os fraudadores realizando uma transferência para a conta da vítima em potencial. Usando um número de telefone celular como chave Pix, os golpistas facilmente obtêm um número telefônico e fazem a transferência. Em seguida, entram em contato com a vítima por telefone ou mensagem de WhatsApp, afirmando que a transferência foi feita por engano.
No contato, os criminosos usam técnicas de persuasão para convencer a vítima a devolver o dinheiro, alegando urgência ou situações emocionais, como necessidade de pagar aluguel. A chave do golpe está na solicitação de devolução para uma conta diferente da que fez a transferência inicial. Quando a vítima verifica que o dinheiro está realmente em sua conta e decide devolvê-lo via Pix, ela cai no golpe.
O prejuízo se concretiza porque, simultaneamente ao convencimento da vítima, o golpista aciona o Mecanismo Especial de Devolução (Med), criado para combater fraudes. O criminoso alega ter sido enganado pela vítima, que, na verdade, é a verdadeira vítima. Os bancos, ao analisar a transação e perceberem a transferência para uma terceira conta, interpretam isso como um golpe e retiram o dinheiro da conta da vítima. Mesmo acionando o Med, a vítima pode não conseguir reaver seu dinheiro se a conta que recebeu o valor devolvido estiver zerada.
Mecanismo Especial de Devolução
Em junho, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou uma proposta de melhoria no Mecanismo Especial de Devolução (Med) ao Banco Central (BC). Atualmente, o Med consegue bloquear dinheiro proveniente de fraudes apenas na conta que recebeu o recurso, conhecida como primeira camada. No entanto, os golpistas muitas vezes esvaziam rapidamente essas contas, dificultando a recuperação dos valores.
A proposta da Febraban, chamada de Med 2.0, visa aprimorar esse mecanismo, permitindo que o rastreamento e o bloqueio dos recursos se estendam a mais camadas. Essa mudança tem o objetivo de tornar o sistema mais eficiente no combate às fraudes financeiras, impedindo que os criminosos dispersem o dinheiro em várias contas.
“Já observamos que os criminosos espalham o dinheiro proveniente de golpes e crimes em várias contas de forma muito rápida e, por isso, é importante aprimorar o sistema para que ele atinja mais camadas”, disse o diretor-adjunto de Serviços da Febraban, Walter Faria.
Mais informações sobre as mudanças propostas no Mecanismo Especial de Devolução (Med) e outras medidas de segurança podem ser obtidas nos canais oficiais do Banco Central. A instituição disponibiliza detalhes sobre os procedimentos e atualizações contínuas para garantir a proteção dos consumidores e a integridade das transações financeiras via Pix no país.