Na Bahia, o cartão de crédito tem se destacado como o principal fator contribuinte para a inadimplência entre os consumidores endividados. Dados divulgados pela Serasa em março deste ano revelam que 33% dos 4.570.611 baianos endividados possuem dívidas associadas a bancos e cartões de crédito.
Contudo, o real problema não reside no uso do cartão de crédito em si, mas nos juros rotativos aplicados quando o pagamento total da fatura não é realizado até a data de vencimento. Esses juros rotativos, que incidem sobre o saldo devedor, podem alcançar valores extremamente altos, tornando a quitação da dívida cada vez mais difícil para os consumidores.
A situação tem levado muitos baianos a um ciclo contínuo de endividamento, onde o pagamento mínimo da fatura apenas adia o problema, enquanto os juros aumentam exponencialmente a dívida total. A Serasa alerta que, para evitar esse tipo de situação, é fundamental que os consumidores utilizem o cartão de crédito de forma consciente, planejando seus gastos e evitando a utilização do crédito rotativo.
Como evitar o endividamento?
Para evitar os juros rotativos do cartão de crédito, algumas medidas práticas e conscientes podem ser adotadas. Primeiramente, é essencial planejar os gastos mensais e manter um controle rigoroso sobre as despesas. Estabelecer um orçamento e não ultrapassar o limite de gastos definido é uma maneira eficaz de evitar surpresas no valor da fatura.
Outra recomendação é sempre pagar a fatura integralmente até a data de vencimento. Ao pagar apenas o valor mínimo ou deixar um saldo devedor, os juros rotativos começam a incidir, aumentando a dívida com o passar do tempo. Portanto, priorizar o pagamento total da fatura ajuda a evitar esses encargos adicionais.
Para aqueles que enfrentam dificuldades em pagar a fatura completa, uma alternativa é buscar linhas de crédito com juros mais baixos, como um empréstimo pessoal, para quitar o valor do cartão de crédito. Outra opção é negociar com a instituição financeira uma taxa de juros menor ou um parcelamento da dívida, evitando assim os altos custos dos juros rotativos.
Manter um fundo de emergência também é uma prática recomendada. Ter uma reserva financeira para cobrir imprevistos permite que o consumidor não precise recorrer ao crédito rotativo em situações de urgência.
Por fim, o uso consciente do cartão de crédito, limitando-se a compras essenciais e dentro do orçamento, é fundamental. Utilizar o cartão apenas quando necessário e evitar compras impulsivas contribui para manter as finanças pessoais em ordem e evitar o acúmulo de dívidas. Essas estratégias, quando aplicadas de forma consistente, ajudam a evitar os juros rotativos do cartão de crédito.
Portabilidade do crédito rotativo
Desde o começo de julho, os consumidores com dívidas de fatura de cartão de crédito, seja de crédito rotativo ou de parcelamento da fatura, têm uma nova opção para gerenciar seus débitos. Entrou em vigor a Resolução CMN nº 5.112, publicada em dezembro do ano passado pelo Banco Central (BC) e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que permite a portabilidade do saldo devedor entre instituições financeiras.
A nova regra estabelece que os devedores podem transferir suas dívidas de uma instituição financeira para outra que ofereça condições de pagamento mais favoráveis, incluindo menores taxas de juros. Essa medida visa facilitar a renegociação de dívidas no crédito rotativo e aliviar a carga financeira dos consumidores.