A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (28) qual será a bandeira tarifária da conta de luz em julho de 2024. A entidade leva em consideração a situação energética do país para definir a bandeira do mês seguinte.
A apreensão toma conta dos brasileiros no final dos meses, visto que esse é o período em que a Aneel revela a sua decisão em relação à conta de luz no país. Em suma, a entidade divulga a informação tradicionalmente na última sexta-feira de cada mês, e foi isso o que aconteceu hoje.
A saber, a Aneel criou as bandeiras tarifárias em 2015. Em resumo, o sistema reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica, estabelecendo qual será a bandeira do país.
A definição ocorre de acordo com as projeções de custos e o nível em que se encontram os reservatórios. Portanto, quanto mais chuvas nas regiões dos reservatórios, melhor para a população brasileira.
Aliás, vale destacar que as bandeiras tarifárias também funcionam como um indicador do comportamento que os consumidores deverão ter. Por exemplo, quanto mais elevado o patamar estiver, mais consciente a pessoa deve ser, racionando o uso de energia elétrica.
Veja a nova bandeira tarifária de julho
Para julho, a Aneel não vai manter a bandeira tarifária verde em vigor, algo que vem acontecendo desde meados de abril de 2022. Essa bandeira alivia o bolso dos brasileiros, visto que não promove cobranças extras na conta de luz.
Na verdade, a Aneel decidiu adotar a bandeira amarela para julho devido às “condições menos favoráveis para geração de energia no país“. A decisão pegou os brasileiros de surpresa, até porque a população já estava acostumada com a bandeira verde, que estava em vigor há mais de dois anos seguidos.
“Com esse acionamento, as tarifas dos consumidores serão acrescidas em R$ 1,885 a cada 100 kW/h consumidos“, informou a entidade. Esse valor foi aprovado pela Aneel em março deste ano, “quando houve redução de 37% do valor da bandeira amarela, caindo de R$2,989/KWh para R$1,885/KWh“, acrescentou.
Por que a Aneel adotou a bandeira AMARELA?
No primeiro semestre de 2024, as notícias foram muito positivas para os consumidores, que não precisaram pagar valores extras nas contas de luz. Contudo, no primeiro mês do segundo semestre, a bandeira já perdeu espaço para a amarela devido às condições pouco positivas para os próximos meses.
“A bandeira amarela foi acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e pela expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período. Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais“, explicou a Aneel.
A entidade alertou que o acionamento da bandeira amarela evidencia a importância da vigilância dos brasileiros em relação ao “uso responsável da energia elétrica“.
“A orientação é para utilizar a energia de forma consciente e evitar desperdícios que prejudicam o meio ambiente e afetam a sustentabilidade do setor elétrico como um todo. A economia de energia é essencial para a preservação dos recursos naturais“, disse a Aneel.
Entenda o sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
A Aneel possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. A saber, as bandeiras tarifárias possuem três cores: verde (que não promove cobranças adicionais), amarela e vermelha (ambas aplicam cobranças extras aos consumidores).
- Bandeira verde: não há cobrança extra na conta de luz porque a situação dos reservatórios se mostra positiva e há condições favoráveis de geração de energia;
- Bandeira amarela: quando o cenário começa a apresentar condições menos favoráveis, a Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 1: começa a valer quando as condições estiverem desfavoráveis, promovendo uma cobrança de R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 2: tarifa vale quando o cenário fica crítico, com condições muito desfavoráveis e custos de produção de energia muito elevados no país. Nesse caso, há uma cobrança de R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.
Vale ressaltar que o sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015. Ele tem o objetivo de indicar os custos da geração de energia no país aos consumidores. Além disso, busca aliviar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.
Em 2021, houve a criação da bandeira escassez hídrica, que surgiu para que o país superasse a dificuldade enfrentada com a maior crise hídrica já enfrentada pelo país em mais de 90 anos. Em abril de 2022, a bandeira foi extinta graças à melhora da situação energética do país.