O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta quinta-feira (27) que o Brasil criou 131,8 mil vagas de emprego formal em maio deste ano. O resultado mostra que o país registrou uma quantidade bem maior de admissões do que de demissões no quinto mês de 2024.
Embora os dados tenham sido positivos, a quantidade de vagas formais de emprego geradas no país caiu 15,3% em relação aos números observados em maio de 2023, quando o Brasil criou 155,7 mil empregos formais. Os números também vieram acima do consenso dos analistas, que acreditavam na criação de cerca de 216,9 mil empregos no mês.
Em síntese, o governo Lula enfrentou desafios no ano passado em relação à geração de emprego, registrando resultados inferiores aos observados em 2022. Entretanto, os últimos meses de 2023 apresentaram dados mais fortes que os do mesmo período do ano anterior, e isso vem se fortalecendo em 2024.
Estes números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A saber, não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro modificou a metodologia do levantamento.
Contratações no Brasil chegam a 2,11 milhões em maio
De acordo com os dados do Caged, o mercado de trabalho brasileiro teve os seguintes números em maio deste ano:
- Contratações: 2,11 milhões;
- Demissões: 1,98 milhão.
Com o acréscimo do resultado de maio, o Brasil passou a registrar um saldo de 46,6 milhões de empregos com carteira assinada. Esse número representa um crescimento de 3,7% em relação a maio do ano passado, sinalizando o aumento firme do número de pessoas empregadas formalmente no país.
Veja os números de vagas de emprego criadas
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em maio de 2024, algo que acontece em praticamente todos os meses.
Veja abaixo quantas vagas foram criadas em cada setor pesquisado:
- Serviços: 69.309 postos de trabalho;
- Indústria: 18.145 postos de trabalho;
- Construção: 18.149 postos de trabalho;
- Agropecuária: 19.836 postos de trabalho.
- Comércio: 6.375 postos de trabalho;
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em maio, já que o setor é considerado o grande empregador do país. Entretanto, os números tiveram uma forte queda de 49,9% em relação a março, quando o setor criou 138.309 postos de trabalho. A propósito, o setor respondeu por 52,6% das vagas criadas no país.
Por sua vez, a agropecuária havia registrado o menor número de vagas criadas em abril. No entanto, teve um forte aumento de 201,6% em maio e subiu da quinta para a segunda posição, apesar de ficar ainda bem distante dos serviços e bem próxima aos dois setores seguintes.
Já os setores da construção e da indústria tiveram números bastante semelhantes em maio. Contudo, vale destacar que a queda no número de vagas criadas pela indústria (-49,6%) foi maior que o recuo da construção (-43,1%).
Por fim, o setor de comércio, que havia criado 35.990 vagas de emprego no país em abril, ocupando a quarta posição, caiu para a última posição no ranking nacional em maio, ao registrar uma queda de 82,3% do número de vagas de trabalho criadas.
Veja o ranking de vagas criadas por região brasileira
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. Em maio, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país. Veja os dados de cada uma delas:
- Sudeste: 84.689 vagas de emprego;
- Nordeste: 31.742 vagas de emprego;
- Norte: 9.912 vagas de emprego.
- Centro-Oeste: 9.277 vagas de emprego;
- Sul: -9.824 vagas de emprego;
Os dados mostram que a região Sudeste liderou o ranking nacional em março, mas o número caiu 33% em relação a abril (126.411). Aliás, a região concentrou 64,2% da quantidade total de vagas criadas no país, ou seja, mais da metade dos postos de trabalho gerados em maio.
Por sua vez, a região Nordeste teve um desempenho um pouco mais forte que o observado em abril. A região fechou o mês com uma alta de 34% no número de postos de trabalho criados em relação a abril (23.667 vagas), respondendo por 24,1% das vagas nacionais.
Na terceira posição ficou Norte, que havia ocupado a última posição do ranking em abril, apesar de registrar uma queda de 37% na quantidade de vagas de emprego formal geradas em comparação com abril (15.745).
Por sua vez, o Centro-Oeste teve números mais fracos em maio, na comparação com abril, caindo 62% e recuando uma posição no ranking nacional. Aliás, em abril, a região havia criado 24.408 vagas de emprego.
Na última posição ficou a região Sul, única a registrar fechamento de postos de trabalho em maio. No mês anterior, a região havia criado 45.001 vagas de emprego, mas as fortes chuvas que afetaram principalmente o Rio Grande do Sul no início de maio afetaram o resultado regional.
Por fim, os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país. Portanto, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).