O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou nesta quarta-feira (26) que a maioria dos reajustes salariais superou a inflação no país em maio, algo que vem ocorrendo nos últimos meses, para alegria dos trabalhadores do país.
Em resumo, quando as negociações superam a inflação, significa que os trabalhadores com carteira assinada tiveram um aumento no seu poder de compra. Esse dado é muito positivo para os profissionais, pois eles conseguiram ver o seu rendimento mensal crescer, ao menos boa parte deles.
A saber, o Dieese faz uma relação entre os reajustes salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em resumo, o indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Aliás, o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir os novos valores do salário mínimo no país.
Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um indicador tão importante para os trabalhadores do Brasil.
Reajustes superam o INPC em maio
Nos últimos meses, o Brasil vem conseguindo superar as dificuldades e fortalecer a sua atividade econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu de maneira expressiva em 2023, e as projeções para 2024 também seguem positivas, apesar de estarem um pouco mais tímidas que as do ano passado.
Cabe salientar que a melhora da economia brasileira nos últimos meses aconteceu graças ao controle da inflação no país, que ajudou a impulsionar os resultados dos reajustes salariais, animando os trabalhadores.
Segundo o levantamento, os resultados observados em maio foram os seguintes:
- 87,3% dos reajustes superaram a inflação;
- 10,4% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
- 2,3% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
Reajustes acima da inflação
A taxa de reajustes acima da inflação foi bastante expressiva em maio, refletindo o ganho do poder de compra para a maioria dos trabalhadores. Aliás, vale destacar que o número foi o maior desde maio do ano passado, quando 88,7% das negociações ficaram acima da inflação medida no período.
Já em relação às negociações abaixo da variação acumulada pelo INPC, a taxa de maio acelerou em relação a abri (1,0%), que teve a menor proporção de trabalhadores com perda do poder de compra em 2024 do ano.
Vale destacar que, na comparação com maio de 2023, os números ficaram bem semelhantes em 2024. No quinto mês do ano passado, os reajustes que tiveram variação igual ao INPC totalizaram 9,2%, taxa um pouco menor que a do mês passado. Já as negociações abaixo da inflação (2,1%) ficaram bem semelhantes aos números de maio deste ano.
Entenda como são calculados os reajustes salariais
A saber, o Dieese compara os dados do levantamento com a variação acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses até maio. No período, o indicador oscilou 3,34% em comparação aos 12 meses imediatamente anteriores, e a maioria dos reajustes salariais teve uma alta mais forte que essa variação, resultando em ganho real para o trabalhador.
Quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de produtos e serviços no país.
Já nos casos de negociações equivalentes ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra. Em síntese, os empregados continuam podendo comprar os itens que tinham condições de adquirir no ano anterior, pelo menos na teoria.
No entanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda subiu apenas o suficiente para mantê-lo no mesmo patamar do ano anterior.
Reajustes nas regiões brasileiras
Além disso, o Dieese também revelou os dados observados nas regiões brasileiras. A saber, todos os dados divulgados pelo Dieese são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Segundo o Dieese, os dados entre as regiões brasileiras ficaram parecidos no acumulado de 2024, de janeiro a maio. O Sudeste teve a maior taxa de acordos acima do INPC (87,5%), seguido por Centro-Oeste (86,2%), Norte (85,6%), Sul (84,3%) e Nordeste (82,2%).
Por sua vez, o Nordeste teve a maior taxa do país em relação aos reajustes que perderam para a inflação no período (4,7%). Na sequência, ficaram Norte (4,5%), Sudeste (3,4%), Centro-Oeste (2,3%) e Sul (1,1%).
Por fim, o levantamento ainda revelou que o Sul teve o maior percentual de acordos e convenções coletivas iguais ao INPC (14,6%), ou seja, que também não aumentaram o poder de compra do trabalhador. Em seguida, ficaram Nordeste (13,1%), Centro-Oeste (11,5%), Norte (9,9%) e Sudeste (9,1%).