A prévia da inflação teve uma variação abaixo do esperado em junho, para alívio dos consumidores do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,39% no sexto mês de 2024.
Em suma, a variação da inflação veio abaixo da média das estimativas de analistas do mercado financeiro, que acreditavam em uma alta de 0,43% no mês. Além disso, a taxa desacelerou em relação ao mês anterior (0,44%), sinalizando que os preços subiram menos do que em maio.
Inflação impacta população brasileira
Muitas pessoas não entendem o que significa inflação e como ela influência o país. Em suma, o termo se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços, ou seja, impacta diretamente os consumidores.
Por exemplo, a variação dos preços nos supermercados, nos postos de combustíveis e nas farmácias afeta a população brasileira. Quando os preços sobem, as pessoas precisam pagar mais caro para adquirir os itens. Por outro lado, quando os valores caem, os consumidores conseguem economizar um pouco.
Inflação também se refere às variações nos preços dos serviços, como energia elétrica e plano de saúde. Portanto, o IBGE tem um papel muito importante, informando o comportamento dos preços de produtos e serviços no país e indicando quais grupos apresentaram as variações mais intensas em cada período.
De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos“.
Preços sobem em 7 dos 9 grupos pesquisados
O IBGE revelou que sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento dos seus preços em junho, na comparação com o mês anterior, sinalizando uma disseminação das altas no país.
Confira abaixo quais foram os grupos pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram em junho:
- Alimentação e bebidas: 0,98%;
- Habitação: 0,63%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,57%;
- Vestuário: 0,30%;
- Despesas pessoais: 0,25%;
- Comunicação: 0,17%;
- Educação: 0,05%.
De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebidas voltou a exercer o maior impacto no IPCA-15, de 0,21 ponto percentual (p.p.). O avanço respondeu por mais da metade da variação da inflação nacional, impulsionando-a no mês.
O encarecimento observado no grupo foi influenciado pela alimentação fora do domicílio, cujos preços subiram 0,59% em junho, acima da variação de maio (0,37%). O acréscimo ocorreu devido aos itens refeição (0,34% para 0,51%), e lanche (0,47% para 0,80%).
Já a alimentação no domicílio acelerou em relação a maio (0,22% para 1,13%). Os alimentos que ficaram mais caros no Brasil em junho foram:
- Batata inglesa: 24,18%;
- Leite longa vida: 8,84%;
- Tomate: 6,32%;
- Arroz: 4,20%.
Em contrapartida, diversos produtos tiveram queda em seus preços, com destaque para: feijão carioca (-4,69%), cebola (-2,52%) e frutas (-2,28%).
Preços do grupo transportes caem
O grupo transportes, que havia exercido o maior impacto em maio, registrou uma desaceleração nos preços em junho e impactou negativamente o IPCA-15 em -0,05 p.p., limitando a alta da inflação.
Em síntese, os preços dos combustíveis caíram 0,22% no mês, após forte alta de 2,10% no mês anterior. O resultado ficou negativo devido às quedas registradas por etanol (-0,80%), gás veicular (-0,46%), óleo diesel (-0,42%) e gasolina (-0,13%).
Também houve queda nos preços da passagem aérea (-9,87% e -0,07 p.p.), e isso ajudou a manter o grupo transportes no campo negativo. Em contrapartida, “o subitem táxi apresentou alta de 0,18%, devido ao reajuste de 17,64% em Recife (3,09%), a partir de 22 de abril”, informou o IBGE.
Inflação sobe em todos os 11 locais pesquisados
Em junho, o IPCA-15 subiu devido ao aumento dos preços em todos os locais pesquisados pelo IBGE, sinalizando o encarecimento disseminado dos preços no país.
Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.
Veja as taxas de junho nos locais pesquisados pelo IBGE:
- Belo Horizonte: 0,68%;
- Fortaleza: 0,48%;
- Curitiba: 0,43%;
- Porto Alegre: 0,41%;
- Rio Janeiro: 0,38%;
- São Paulo: 0,38%;
- Goiânia: 0,33%;
- Recife: 0,31%;
- Salvador: 0,25%;
- Brasília: 0,24%;
- Belém: 0,16%.
“A maior variação foi registrada em Belo Horizonte (0,68%), por conta das altas da batata inglesa (24,31%), do leite longa vida (10,68%), da energia elétrica residencial (4,11%) e da gasolina (1,77%). Já o menor resultado ocorreu em Belém (0,16%), que apresentou queda nos preços das passagens aéreas (-9,40%) e das carnes (-2,39%)“, informou o IBGE.