Os preços do aluguel subiram novamente no país, para tristeza dos brasileiros que vivem em imóveis locados. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o valor dos aluguéis residenciais subiu 0,21% em maio, na comparação com o mês anterior, quarta alta consecutiva.
Embora o indicador tenha registrado uma nova alta, pesando no orçamento das famílias que vivem de aluguel no país, a variação dos preços desacelerou em relação a abril (1,40%), sendo esta a menor alta de 2024, abaixo também das taxas de janeiro (4,34%), fevereiro (1,79%) e março (1,06%).
Esses resultados sinalizam que o aluguel vinha mostrando desaceleração no país nos últimos meses, apesar de continuar avançando. Essa tendência ficou mais forte, com exceção de abril, quando os valores subiram, culminando em uma alta bem leve em maio.
Preço do aluguel acumula alta de 9,45% em 12 meses
Com o acréscimo da variação de maio, o IVAR passou a acumular uma alta de 9,45% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até abril, de 9,16%, ou seja, os preços do aluguel ficaram ainda mais caros no país, para tristeza dos brasileiros.
Vale destacar que, apesar do avanço na base anual, a taxa segue distante do recorde registrado pela série histórica, iniciada em janeiro de 2019. A saber, o maior valor acumulado em 12 meses foi observado em outubro de 2022, quando o IVAR chegou a 11,56%, variação bem superior à registrada em 12 meses até fevereiro deste ano.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados nesta semana.
Preços disparam em BH e no Rio
Em suma, a aceleração do IVAR em maio ocorreu principalmente por causa da forte alta nos preços dos alugueis residenciais em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Porto Alegre também registrou alta dos preços, impulsionando a média nacional.
Por outro lado, os valores tiveram queda em São Paulo, para alívio dos moradores, limitando o avanço nacional, até porque esta é a maior cidade do país.
Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- Belo Horizonte: 4,62%;
- Rio de Janeiro: 4,55%;
- Porto Alegre: 2,20%;
- São Paulo: -4,00%.
A título de comparação, os preços haviam subido em dois dos quatro locais em abril. Contudo, a variação nacional desacelerou em maio devido à forte queda dos preços em São Paulo, que exerce o maior impacto na taxa média do país.
A capital paulista havia figurado como o principal destaque do país em abril, registrando a maior alta nacional. Da mesma forma, a capital também foi o destaque de maio, mas no sentido negativo, registrando o único recuo em maio, limitando a alta média dos preços no mês.
No mês, Belo Horizonte apresentou a maior variação de preços em relação a abril, de 8,0 pontos percentuais (p.p.). As variações das demais cidades foram as seguintes: São Paulo (7,20 p.p.), Rio de Janeiro (5,01 p.p.) e Porto Alegre (0,18 p.p.).
Veja a variação dos preços em 12 meses
Com o acréscimo das variações observadas em maio, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Rio de Janeiro (11,05% para 12,56%);
- Belo Horizonte (10,45% para 12,09%);
- Porto Alegre (8,75% para 11,50%);
- São Paulo (7,44% para 5,27%).
Em maio, o Rio de Janeiro continuou com a maior variação anual pelo terceiro mês seguido. Em síntese, Belo Horizonte vinha registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual nos últimos meses, mas caiu para a segunda posição em março, para alívio dos moradores da capital mineira.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV. Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.