O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024, na comparação com o trimestre anterior, após ajuste sazonal. O resultado veio em linha com as projeções de analistas do mercado financeiro, que projetavam um avanço entre 0,6% e 0,9% no período.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, responsável pelo levantamento, o PIB brasileiro cresceu no primeiro trimestre deste ano devido à agropecuária e aos serviços. Veja abaixo os resultados registrados nos três primeiros meses de 2024:
- Agropecuária: +11,3%;
- Serviços: +1,4%;
- Indústria: -0,1%.
Embora o avanço da agropecuária tenha sido muito expressivo, o setor impacta o PIB brasileiro de uma maneira bem mais fraca que os serviços. Por isso, o resultado deste setor acabou sendo bem mais positivo e importante para a economia do país no trimestre do que o forte crescimento registrado pela agropecuária.
Além disso, vale destacar que a agropecuária registrou uma queda de 3,0% em sua produção na comparação com os três primeiros meses de 2023. Esse resultado mostra que o setor não conseguiu crescer tanto quanto no ano passado, impactando de maneira ainda mais leve o PIB brasileiro no início de 2024.
A propósito, todos os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (4). O levantamento informa os dados oficiais da economia brasileira a cada trimestre, bem como o resultado da atividade econômica do país em cada ano.
Serviços respondem por cerca de 70% do PIB
Em resumo, cada uma das atividades exerce uma influência distinta na composição do PIB brasileiro. Enquanto o setor de serviços responde por cerca de 70% do PIB do país, a indústria tem peso de aproximadamente 22% e a agropecuária de apenas 8%.
Como o setor agropecuário exerce pouca influência na economia brasileira, o desempenho do PIB no primeiro trimestre foi bem mais modesto que o do setor de serviços. A agropecuária tem um peso quase nove vezes menor que o de serviços, e só consegue exercer a maior influência positiva, como ocorreu no primeiro trimestre de 2023, quando o seu desempenho é excepcional.
Por sua vez, os serviços tiveram um resultado positivo no período principalmente por causa do comércio varejista, segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. A saber, o setor de serviços é considerado o maior empregador do país.
“O comércio varejista e os serviços pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade internet e desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos e os serviços profissionais, que transpassam à economia como um todo“, disse Palis.
Veja outros destaques do PIB brasileiro no trimestre
O IBGE divulga dados sobre os setores mais importantes para o PIB brasileiro. Além dos serviços, indústria e agropecuária, outros indicadores também exercem grande influência na economia do país, impulsionando-a ou puxando-a para baixo.
No primeiro trimestre deste ano, os outros destaques foram os seguintes:
- Consumo das famílias: 1,5%;
- Consumo do governo: 0,0%;
- Investimentos: 4,1%;
- Exportações: 0,2%;
- Importações: 6,5%.
A coordenadora Rebeca Palis afirmou que, pela ótica da demanda, o consumo das famílias segue em crescimento no Brasil. Em suma, isso está acontecendo devido à melhoria do mercado de trabalho nacional, bem como à redução dos juros e da inflação no país. O Governo Federal também tem ajudando com isso através dos programas de auxílio às famílias mais pobres.
“Outro destaque positivo foi o aumento dos investimentos, alavancados pelo aumento na importação de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção. Por outro lado, a economista do IBGE lembra que a produção de bens de capital ainda está no terreno negativo na taxa interanual“, informa o IBGE.
PIB brasileiro soma R$ 2,7 trilhões
Em valores correntes, a economia brasileira totalizou R$ 2,7 trilhões no primeiro trimestre de 2024. Desse valor, R$ 2,4 trilhões se referiram ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos. Já R$ 361,1 bilhões vieram de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
De acordo com o IBGE, a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB no período. Esse percentual ficou menor que o registrado no mesmo período de 2023 (17,1%). Da mesma forma, a taxa de poupança foi de 16,2%, abaixo da taxa observada no primeiro trimestre do ano passado (17,5%).
Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,5%. Em síntese, esse resultado aconteceu graças ao crescimento registrado por serviços (3,0%) e indústria (2,8%), apesar do recuo de 3,0% da agropecuária.
Por fim, no acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB do país apresentou um crescimento de 2,5% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O Valor Adicionado a preços básicos cresceu 2,6%, enquanto os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios tiveram alta de 2,0%.