O Brasil registrou 38,188 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre encerrado em abril deste ano. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
A saber, esse é o maior contingente da série histórica da PNAD Contínua, iniciada 2012. Em outras palavras, a pesquisa nunca havia registrado tantos trabalhadores com carteira assinada no país em um trimestre quanto o observado entre fevereiro e abril deste ano.
Em suma, o número se manteve estável em relação ao trimestre anterior. Contudo, na comparação com o trimestre móvel de fevereiro a abril de 2023, houve um crescimento de 3,8% no número de empregados com carteira assinada (acréscimo de 1,4 milhão de pessoas).
Esse aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada na base anual é um dado bastante positivo, pois mostra o fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro em relação aos primeiros meses do Governo Lula em 2023.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
População ocupada cresce no trimestre
A PNAD Contínua revelou que a população ocupada somou 100,8 milhões entre fevereiro e abril deste ano, ficando estatisticamente estável em relação ao trimestre anterior.
Já na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2023, houve um crescimento de 2,8% da população ocupada (mais 2,8 milhões de pessoas). Em resumo, o crescimento na base anual reflete os números um pouco mais fracos nos primeiros meses do governo Lula, em comparação ao mesmo período deste ano.
“A expansão da ocupação, nos últimos trimestres, vem ocorrendo por meio dos empregados, que superaram outras formas de inserção, como a dos trabalhadores por conta própria e os empregadores“, explicou a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.
“O conjunto dos empregados no setor privado, com ou sem a carteira assinada é o que mais tem contribuído para o crescimento da população ocupada no país“, acrescentou.
Trabalho sem carteira assinada bate RECORDE
A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho ficou estável na comparação trimestral, mas cresceu na anual. Entre fevereiro e abril deste ano, havia 13,6 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil, segundo os dados do levantamento.
Em síntese, esse número é o novo recorde da série e sinaliza o crescimento de trabalhadores sem carteira assinada no país. O antigo recorde havia sido registrado em 2022, quando o país tinha 13,5 milhões de trabalhadores sem carteira assinada.
A propósito, o número de empregados sem carteira de trabalho cresceu 6,4% em relação ao trimestre móvel de fevereiro a abril de 2023 (mais 813 mil pessoas).
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,5 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre fevereiro e abril deste ano. Esse valor ficou estável tanto na base trimestral quanto na anual.
Por sua vez, o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,9 milhões no período, taxa que também ficou estatisticamente estável em relação ao trimestre anterior e ao trimestre móvel encerrado em abril de 2023.
Nesta semana, o IBGE divulgou os dados mais recentes da PNAD Contínua, revelando que a taxa de desocupação no Brasil ficou estável no trimestre de fevereiro a abril deste ano, atingindo 7,5%.
Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em abril de 2023, a taxa caiu 1,0 p.p., já que o percentual estava em 8,5% no período. Isso mostra que o resultado no início deste ano está melhor que o observado nos primeiros meses de 2023, início do governo Lula.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 4,7% em um ano, para R$ 3.151. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 142 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 3.009 um ano atrás.
Número de pessoas ocupadas fica estável no trimestre
O levantamento também revelou que todos os dez grupamentos pesquisados fecharam o trimestre sem apresentar variação significativa em relação ao anterior. Segundo o IBGE, os grupamentos pesquisados são os seguintes:
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura;
- Alojamento e alimentação;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
- Construção;
- Indústria Geral;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Outros serviços;
- Serviços domésticos
- Transporte, armazenagem e correio.
Seis setores criam vagas em um ano
O resultado trimestral indicou estabilidade no número de ocupados em todos os grupamentos pesquisados, mas o resultado na base anual ficou bem diferente desses números.
Em suma, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em cinco dos dez grupamentos pesquisados, em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2023. Veja abaixo os números de empregos criados no país, em relação ao mesmo período do ano passado:
- Informação, comunicação e afins (774 mil);
- Administração pública e afins (652 mil);
- Indústria (343 mil);
- Transporte, armazenagem e correio (318 mil);
- Construção (295 mil).
Por fim, os quatro grupamentos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, o número de vagas criadas se manteve estável.