A taxa de desemprego foi a 7,5% no trimestre móvel de fevereiro a abril de 2024. O mercado de trabalho brasileiro apresentou uma recuperação firme nos últimos meses, refletindo o bom momento do governo Lula. Contudo, nos primeiros meses deste ano, a situação ficou um pouco complicada para as pessoas que estavam buscando uma vaga de emprego no país.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego não teve variação significativa em relação ao trimestre anterior (7,6%).
Por outro lado, na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2023, a taxa caiu 1,0 p.p., já que o percentual estava em 8,5% no período. Em suma, essa foi a menor taxa para trimestres encerrados em abril desde 2014 (7,2%).
Para a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, “a análise anual é favorável em relação ao patamar da taxa de desocupação que, no trimestre encerrado em abril de 2024, segue como a menor para esse trimestre móvel, desde abril de 2014. Isso revela a manutenção da tendência de redução desse indicador, que vem sendo observada desde 2023“.
População desocupada totaliza 8,2 milhões
A taxa de desocupação não teve variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre móvel anterior. Já na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2023, a taxa caiu 9,7% (redução de 882 mil pessoas).
A saber, a população desocupada totalizou 8,2 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril deste ano. O número havia crescido nos três primeiros meses deste ano devido à sazonalidade. Por isso, o mais adequado é analisar os dados na base anual, que refletem mais fielmente a variação dos números no país. Por isso que a queda na taxa de desocupação em relação a abril de 2023 é bastante positiva para o país.
População ocupada do Brasil se aproxima de 101 milhões
A PNAD Contínua revelou outros dados referentes ao mercado de trabalho brasileiro. Em resumo, a população ocupada somou 100,8 milhões entre fevereiro e abril deste ano, ficando estatisticamente estável em relação ao trimestre anterior.
Já na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2023, houve um crescimento de 2,8% da população ocupada (mais 2,8 milhões de pessoas). Esse crescimento na base anual reflete os números mais fracos nos primeiros meses do governo Lula, em comparação com o mesmo período deste ano.
A PNAD ainda mostrou que o nível de ocupação ficou estimado em 57,3%, repetindo o percentual do trimestre móvel anterior (57,3%). Já na base anual, o indicador subiu 1,1 p.p. (56,2%), refletindo a melhora do indicador em um ano. A propósito, nível de ocupação se refere ao percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar.
Taxa de desalentados chega a 3,5 milhões no Brasil
O levantamento do IBGE ainda revelou que a população desalentada no Brasil somou 3,5 milhões no período. Esse número não apresentou uma variação significativa em relação ao trimestre móvel anterior, segundo o IBGE. Contudo, caiu 8,3% em comparação com o trimestre encerrado em abril de 2023 (menos 314 mil pessoas).
Segundo o IBGE, a população desalentada é formada por pessoas que estavam fora da força de trabalho do país devido a alguma das seguintes razões:
- Não conseguia trabalho;
- Não tinha experiência profissional;
- Era muito jovem ou muito idoso;
- Não encontrou trabalho na localidade onde mora;
- Não teria condições de assumir a vaga caso conseguisse o trabalho.
Em outras palavras, os desalentados do país formam a parte da força de trabalho potencial. Isso quer dizer que eles poderiam trabalhar, mas não o fizeram devido a circunstâncias específicas.
Os dados também mostraram que o percentual de desalentados na força de trabalho atingiu 3,2% entre fevereiro e abril de 2024. O nível não teve oscilação significativa na base trimestral, mas caiu 0,3 p.p. na comparação anual.
Saiba mais sobre a PNAD Contínua
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. Isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em síntese, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país, desemprego, entre outros pontos.
Os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.