O desemprego no Brasil cresceu no primeiro trimestre de 2024 e atingiu 8,6 milhões de pessoas. O número de desempregados avançou 6,7 pontos percentuais (p.p.) em relação aos três meses anteriores. Com isso, o Brasil fechou o trimestre com uma taxa de desocupação de 7,9%.
Na comparação com o quarto trimestre de 2023, houve um acréscimo de 542 mil pessoas sem ocupação no país. Esse resultado mostra as dificuldades do mercado de trabalho brasileiro no início deste ano, já que os números do desemprego vêm crescendo em relação aos meses anteriores.
Por outro lado, na comparação com o primeiro trimestre de 2023, a taxa caiu 0,9 p.p., já que o percentual estava em 8,8% no período. Isso mostra que o resultado no início deste ano está melhor que o observado nos primeiros meses de 2023, início do governo Lula.
A propósito, todos os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta sexta-feira (17).
Desemprego cresce em oito das 27 UFs
No primeiro trimestre de 2024, o desemprego cresceu no Brasil devido aos resultados registrados por uma parte considerável das unidades federativas (UFs). Entre janeiro e março, a taxa de desocupação cresceu em oito das 27 UFs, quase um terço dos locais, impulsionando o resultado nacional.
Em suma, os locais que registraram aumento na taxa de desocupação no trimestre foram:
- Acre: 2,2 p.p.
- Bahia: 1,3 p.p.
- Maranhão: 1,3 p.p.
- Mato Grosso do Sul: 1,0 p.p.
- Minas Gerais: 0,6 p.p.
- Rio Grande do Sul: 0,6 p.p.
- Santa Catarina: 0,6 p.p.
- São Paulo: 0,5 p.p.
A taxa nas UFs restantes se manteve estável em relação aos três meses anteriores, com exceção de Amapá, único local a registrar queda do desemprego no período. No estado nortista, a taxa de desocupação encolheu de 14,2% para 10,9%. Já nos demais locais, como o desemprego não cresceu, a taxa nacional também não foi impulsionada.
“A maior parte das UFs mostrou tendência de crescimento, embora apenas oito com crescimento estatisticamente significativo. A única exceção foi o Amapá. Nas demais 18 UFs, a taxa ficou estável“, disse a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
A coordenadora também explicou que “o aumento da taxa de desocupação foi ocasionado pela redução na ocupação. Esse panorama caracteriza um movimento sazonal da força de trabalho no primeiro trimestre de cada, com perdas na ocupação em relação ao trimestre anterior“.
Veja o estado que liderou o ranking de desemprego
No primeiro trimestre de 2024, a Bahia teve a maior taxa de desocupação do país, posição que vinha ocupando nos últimos tempos em alternância com Pernambuco e Amapá. Como a taxa de desemprego no estado pernambucano não cresceu, a Bahia abriu distância, apresentando o maior número do país. Já o Amapá foi o único local a registrar queda da desocupação, mas seguiu no top três dos maiores números nacionais.
Veja abaixo as taxas de desocupação em todas as UFs no primeiro trimestre de 2024:
Unidade Federativa | 4º trimestre de 2023 | 1º trimestre de 2024 |
Bahia | 12,7% | 14,0% |
Pernambuco | 11,9% | 12,4% |
Amapá | 14,2% | 10,9% |
Rio de Janeiro | 10,0% | 10,3% |
Piauí | 10,6% | 10,0% |
Sergipe | 11,2% | 10,0% |
Alagoas | 8,9% | 9,9% |
Paraíba | 9,6% | 9,9% |
Amazonas | 8,8% | 9,8% |
Rio Grande do Norte | 8,3% | 9,6% |
Distrito Federal | 9,6% | 9,5% |
Acre | 6,7% | 8,9% |
Ceará | 8,7% | 8,6% |
Pará | 7,8% | 8,5% |
Maranhão | 7,1% | 8,4% |
Roraima | 7,0% | 7,6% |
São Paulo | 6,9% | 7,4% |
Minas Gerais | 5,7% | 6,3% |
Goiás | 5,6% | 6,1% |
Tocantins | 5,8% | 6,0% |
Espírito Santo | 5,2% | 5,9% |
Rio Grande do Sul | 5,2% | 5,8% |
Mato Grosso do Sul | 4,0% | 5,0% |
Paraná | 4,7% | 4,8% |
Santa Catarina | 3,2% | 3,8% |
Mato Grosso | 3,9% | 3,7% |
Rondônia | 3,8% | 3,7% |
Na parte de baixo da tabela, a situação ficou semelhante a do trimestre anterior. A saber, nos últimos anos, a menor taxa de desemprego do país vinha sendo registrada por Santa Catarina.
No entanto, no último trimestre de 2022, o estado sulista perdeu o posto para Rondônia, que mantém a posição desde então, dessa vez com a mesma taxa que Mato Grosso, que passou a apresentar uma taxa inferior a de Santa Catarina no segundo trimestre do ano passado. De todo modo, estes são os únicos estados com taxas menores que 4,0%.
Nordeste tem a maior taxa de desocupação do país
O instituto revelou que o Nordeste seguiu como a região com a maior taxa de desemprego do Brasil, com todos os estados nordestinos apresentando taxas superiores à média nacional (7,9%).
Veja abaixo as taxas de desocupação em cada uma das regiões brasileiras no terceiro trimestre:
- Nordeste: 11,1%;
- Norte: 8,2%;
- Sudeste: 7,6%;
- Centro-Oeste: 6,1%;
- Sul: 4,9%.
Saiba mais sobre a PNAD Contínua
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. Isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em síntese, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país, desemprego, entre outros pontos.
Os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.