A economia brasileira encolheu 0,34% em março deste ano, na comparação com o mês anterior. Apesar do resultado negativo, a atividade do país fechou o primeiro trimestre do ano com um avanço firme de 1,08%, maior alta desde o primeiro trimestre de 2023, quando a economia cresceu 2%.
Esses dados se referem ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é realizado pelo Banco Central (BC) e cuja divulgação ocorreu na quarta-feira (15). A queda de março foi mais forte que o esperado pelos analistas do mercado financeiro (-0,25%), mas o resultado trimestral animou os economistas.
Confira abaixo a evolução do IBC-Br nos últimos trimestres, em comparação com os três meses imediatamente anteriores:
- 1º trimestre de 2023: 2,00%;
- 2º trimestre de 2023: 0,89%;
- 3º trimestre de 2023: -0,54%;
- 4º trimestre de 2023: 0,03%;
- 1º trimestre de 2024: 1,08%.
Desde o início do ano passado, o único resultado negativo foi registrado entre julho e setembro de 2013. Contudo, os avanços observados nos outros períodos mostram um fortalecimento da economia brasileira, que ficou ainda mais firme no país.
Veja o desempenho do IBC-Br nos últimos meses
Em síntese, o IBC-Br vem registrando taxas positivas nos últimos meses. Os dados têm ficado majoritariamente elevados, e apenas alguns poucos resultados ficaram negativos.
Veja abaixo o desempenho da economia brasileira nos últimos meses, em comparação ao mês imediatamente anterior:
- Agosto: -0,62%;
- Setembro: -0,07%;
- Outubro: -0,03%;
- Novembro: 0,04%;
- Dezembro: 0,65%;
- Janeiro: 0,49%;
- Fevereiro: 0,34%;
- Março: -0,34%.
Todos esses números passaram por um ajuste sazonal para que houvesse “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados conseguem refletir a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais, conforme as taxas inflacionárias de cada período.
Cabe salientar que o indicador do BC é considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O índice funciona como um sinalizador do que realmente está por vir em relação à atividade econômica do país.
Entenda o indicador do BC
O IBC-Br é considerado a ‘prévia’ do PIB e seu objetivo é avaliar a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o BC na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Na prática, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:
- Indústria;
- Comércio e serviços;
- Agropecuária.
Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.
O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa os dados oficiais da economia brasileira.
Economia brasileira encolhe na base anual
Na base mensal, a economia brasileira registrou um recuo leve, apesar do avanço na comparação trimestral. Contudo, na comparação com março de 2023, a atividade econômica teve um forte tombo de 2,18%, sem ajuste sazonal. Isso mostra que os dados do terceiro mês do governo Lula foram mais fortes que os de março deste ano.
Com o acréscimo do resultado de março, o IBC-Br perdeu bastante força. Isso porque, até fevereiro, o indicador estava com um crescimento acumulado de 2,34%. Entretanto, no acumulado até março, a taxa de crescimento ficou em 1,68%.
O avanço é menos expressivo que o resultado registrado no ano passado. Aliás, a expectativa é que haja desaceleração do crescimento nos próximos meses e o indicador encerre o ano com uma taxa bem próxima a 2,0% de crescimento, mas os números ainda podem surpreender, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Projeções para a economia brasileira em 2024
Em resumo, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. Para 2024, os analistas estimam que o PIB brasileiro deverá crescer 2,09%, taxa inferior a de 2023.
Vale destacar que as projeções podem apresentar variações mais intensas ao longo do ano, a depender dos problemas que surgirem no país, bem como da resposta que o Brasil dará a estas questões. Portanto, as estimativas atuais não permanecerão necessariamente iguais até o final do ano.
Por sua vez, o governo federal projeta um crescimento ainda mais expressivo do PIB brasileiro em 2024, de 2,2%. O percentual de avanço é o mesmo que o estimado pelo Fundo Monetário Internacional, cuja divulgação ocorreu no mês passado.