O governo federal anunciou que a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia continuará em 2024, afetando diretamente os pagamentos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Contudo, uma liminar (decisão provisória) que suspende este benefício gera incertezas sobre sua execução. O governo busca reverter esta decisão antes do dia 20 de maio, data em que as empresas devem efetuar o pagamento dos tributos referentes aos salários de abril ao INSS.
Este impasse jurídico cria uma situação de urgência para as empresas afetadas, que dependem da desoneração para reduzir custos tributários. As autoridades estão trabalhando contra o tempo para resolver a questão e garantir a continuidade dos benefícios para os setores estratégicos envolvidos.
Desoneração da folha de pagamentos
Desde 2012, a desoneração da folha de pagamentos tem permitido que setores beneficiados da economia brasileira paguem alíquotas reduzidas sobre a receita bruta, variando de 1% a 4,5%, ao invés da alíquota padrão de 20% sobre a folha de salários. Instituída durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), essa política fiscal visa estimular a competitividade e preservar empregos em setores considerados estratégicos.
Recentemente, o Congresso aprovou a extensão dessa medida até 2027, expandindo seus efeitos. A partir de 2024, os pequenos e médios municípios, com até 156,2 mil habitantes, também passarão a se beneficiar de uma redução na contribuição previdenciária, de 20% para 8%. Esta mudança é uma tentativa de aliviar os encargos fiscais sobre essas empresas e fomentar o desenvolvimento local em áreas menos populosas.
Pagamentos devidos ao INSS
Empresas beneficiadas pela desoneração da folha de pagamentos enfrentam um período de incerteza significativa. Se a suspensão do benefício não for revertida antes do dia 20 de maio, as companhias terão de se reorganizar às pressas para cumprir com os pagamentos devidos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Tradicionalmente, essas empresas se beneficiam de alíquotas reduzidas, o que impacta diretamente sua carga tributária.
A impossibilidade de contar com a desoneração resultaria em um aumento súbito nos gastos, o que poderia comprometer gravemente a saúde financeira dessas empresas. A falta de clareza sobre a situação aumenta o risco de resultados financeiros negativos e pode até levar a demissões, caso as empresas precisem ajustar seus custos para lidar com a elevada carga tributária.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na última terça-feira, 14 de maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi questionado sobre os procedimentos para a reversão da decisão liminar que afeta a política fiscal do governo. Respondendo aos jornalistas, Haddad disse que Jorge Messias, secretário especial de assuntos estratégicos, está atualmente tratando das formalidades relacionadas a um acordo previamente estabelecido e anunciado pelo governo.
A falta de detalhes específicos deixou algumas questões em aberto sobre como exatamente o governo planeja lidar com a situação. À medida que o governo busca resolver a questão da liminar que afeta a desoneração da folha de pagamentos, o impacto sobre os pagamentos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) permanece uma preocupação central.
As decisões tomadas nas próximas semanas serão cruciais para as empresas que dependem dessa desoneração para gerir suas contribuições previdenciárias ao INSS de forma mais eficaz. Os interessados devem aguardar as informações a serem divulgadas pelo governo federal.