Os analistas do mercado financeiro voltaram a elevar suas projeções para a inflação no Brasil em 2024 na semana passada, após leve recuo na semana anterior. O resultado sinaliza que os economistas estão um pouco mais otimistas com o desempenho do indicador neste ano.
De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta semana pelo Banco Central (BC), a inflação no Brasil deverá ficar em 3,76% neste ano, acima da projeção anterior (3,72%). A taxa segue dentro da meta definida para o ano, algo que é muito positivo para o país. Isso porque, quando a inflação fica controlada, há uma sinalização clara de fortalecimento da economia brasileira, ao menos no geral.
O BC divulga semanalmente as projeções dos analistas em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em resumo, estes dados refletem a situação atual do país e mostram quais deverão ser os próximos passos dados pela economia brasileira e os desafios que ela deverá enfrentar.
Para 2025, os analistas projetam uma taxa inflacionária de 3,66% no país, superando a última estimativa (3,64%). A inflação deverá ficar bem parecida com a deste ano, visto que os juros também deverão se manter em nível semelhante ao de 2024.
BC tenta cumprir a meta da inflação
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%. Logo, as projeções dos analistas, de 3,76%, estão dentro do limite, dado muito positivo para o país.
Analistas elevam projeções para PIB brasileiro
O boletim Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nas últimas 13 semanas, o mercado elevou por 12 vezes as projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano. Dessa vez, a taxa passou de 2,05% para 2,09% em 2024.
Em síntese, o crescimento do PIB deverá ser menor que a alta registrada em 2023. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, em relação ao ano anterior. O resultado foi bem semelhante a alta de 2022 (3,0%) e superou significativamente as estimativas de economistas do início do ano passado, de 1,0%.
A expectativa é que o desempenho do PIB brasileiro em 2024 também surpreenda o mercado e cresça mais que o esperado atualmente pelos economistas. Inclusive, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que o avanço da economia brasileira será superior a 2,2%, taxa projetada pela pasta.
Já para 2025, as estimativas permaneceram estáveis em 2,00%. A alta estimada para o ano que vem é bem parecida com a projetada para 2024, mas a taxa não costuma apresentar grandes variações porque os analistas ficam mais atentos ao desempenho do ano vigente, ou seja, 2024.
Taxa de juros no Brasil se mantém estável
Por fim, os analistas voltaram a elevar as estimativas para a taxa Selic, de 9,63% para 9,75% neste ano. Nos últimos meses, o BC promoveu cortes na Selic, totalizando uma redução de 3,25 pontos percentuais entre agosto de 2023 e maio deste ano. Agora, a taxa de juros está em 10,50% ao ano.
Para 2025, a taxa de juros deverá encerrar o ano em 9,00%, patamar bem parecido com o esperado para o final deste ano. Isso mostra que o BC deverá parar de reduzir os juros no país em breve.
A saber, a taxa Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços, a temida inflação. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.