Os preços do aluguel subiram novamente no país, para tristeza dos brasileiros que vivem em imóveis locados. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o valor dos aluguéis residenciais subiu 1,40% em abril, na comparação com o mês anterior, terceira alta consecutiva.
Além da nova alta, que pesa no orçamento das famílias que vivem de aluguel no país, a variação dos preços foi mais intensa que a observada em março (1,06%), mas veio abaixo das taxas de janeiro (4,34%) e fevereiro (1,79%).
O aluguel vinha mostrando desaceleração no país nos últimos meses, mesmo avançando. A expectativa dos brasileiros era que a tendência se mantivesse cada vez mais forte para que os valores começassem a cair no país, mas isso não aconteceu e os valores voltaram a acelerar.
Preço do aluguel acumula alta de 9% em 12 meses
Com o acréscimo da variação de abril, o IVAR passou a acumular uma alta de 9,16% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até março, de 8,48%, ou seja, os preços do aluguel ficaram ainda mais caros no país, para tristeza dos brasileiros.
Vale destacar que, apesar do avanço na base anual, a taxa segue distante do recorde registrado pela série histórica, iniciada em janeiro de 2019. A saber, o maior valor acumulado em 12 meses foi observado em outubro de 2022, quando o IVAR chegou a 11,56%, variação bem superior à registrada em 12 meses até fevereiro deste ano.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados na terça-feira (7).
Preço do aluguel dispara em São Paulo
Em suma, a aceleração do IVAR em abril ocorreu principalmente por causa da forte alta nos preços dos alugueis residenciais em São Paulo. Porto Alegre também registrou alta dos preços, impulsionando a média nacional.
Por outro lado, as outras duas cidades pesquisadas pelo FGV IBRE tiveram queda nos preços, para alívio dos brasileiros, limitando o avanço nacional.
Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- São Paulo: 3,20%;
- Porto Alegre: 2,02%;
- Rio de Janeiro: -0,46%;
- Belo Horizonte: -3,38%.
A título de comparação, os preços também haviam subido em três dos quatro locais em janeiro e fevereiro. No primeiro mês de 2024, a única variação negativa foi registrada em Belo Horizonte (-0,16%), enquanto a única queda de fevereiro ocorreu em Porto Alegre (-3,90%). Já em março, apenas a capital gaúcha ficou no campo negativo (-2,08%).
Dessa vez, São Paulo figurou como o principal destaque do país, registrando o maior avanço dos preços no mês. Em março, a capital paulista também havia registrado alta dos preços (0,64%), mas de uma maneira bem mais leve que a de abril.
No mês, Belo Horizonte apresentou a maior variação de preços em relação a março, de 7,13 pontos percentuais (p.p.). As variações das demais cidades foram as seguintes: Rio de Janeiro (5,46 p.p.), Porto Alegre (4,10 p.p.) e São Paulo (2,56%). Veja a variação dos preços em 12 meses
Com o acréscimo das variações observadas em abril, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Rio de Janeiro (11,29% para 11,05%);
- Belo Horizonte (9,94% para 10,45%);
- Porto Alegre (7,91% para 8,75%);
- São Paulo (6,50% para 7,44%).
Em abril, o Rio de Janeiro continuou com a maior variação anual pelo segundo mês. Em síntese, Belo Horizonte vinha registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual nos últimos meses, mas caiu para a segunda posição em março, para alívio dos moradores da capital mineira.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV. Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.