A inadimplência no Brasil continua em um nível muito elevado. De acordo com o Mapa da Inadimplência, realizado pela Serasa Experian, 72,89 milhões de pessoas estavam contas atrasadas no Brasil em março deste ano.
A saber, a quantidade de inadimplentes cresceu 1,19% em relação a fevereiro, quando havia 72,04 milhões de pessoas com dívidas atrasadas no país. Isso quer dizer que houve um avanço firme no número de consumidores inadimplentes, de 850 mil pessoas com alguma conta atrasada.
Em março, a quantidade de inadimplentes bateu recorde na série histórica, marca nunca inalcançada, já que os números dispararam em março. Vale destacar que as duas maiores marcas haviam sido observadas em janeiro e fevereiro, respectivamente. Em outras palavras, as três maiores quantidades de pessoas inadimplentes no país foram registradas nos três primeiros meses de 2024.
Confira abaixo a quantidade de inadimplentes no Brasil nos últimos meses:
- Setembro: 71,82 milhões;
- Outubro: 71,95 milhões;
- Novembro: 71,81 milhões;
- Dezembro: 71,1 milhões;
- Janeiro: 72,07 milhões (RECORDE);
- Fevereiro: 72,04 milhões;
- Março: 72,89 milhões.
Os dados mostram que, nos últimos meses, a quantidade de pessoas com contas atrasadas vem se mantendo acima de 71 milhões. Contudo, em 2024, a inadimplência ultrapassou a marca de 72 milhões, algo que ainda não havia acontecido na série histórica, e agora está bem próxima de 73 milhões.
A saber, a inadimplência passou a crescer no país de maneira mais significativa em 2021 devido à pandemia da Covid-19, que afetou o mercado de trabalho do país e a renda da população. Assim, muitas pessoas acabaram realizando mais dívidas do que poderiam pagar, e o resultado ainda é visto neste ano no Brasil.
Valor médio das dívidas por pessoa cresce em março
Em março deste ano, o valor total das dívidas de pessoas inadimplentes no Brasil chegou a R$ 387,2 bilhões. O montante ficou 1,31% maior que o valor registrado no mês anterior (R$ 382,2 bilhões), ou seja, as pessoas ficaram mais endividadas no terceiro mês deste ano.
A Serasa também revelou que o valor médio das dívidas por pessoa chegou a R$ 5.312,70. Esse montante ficou 0,12% maior que os números de fevereiro, quando o valor médio de dívidas por pessoa havia somado R$ 5.306,27.
Segundo os dados do levantamento, existiam 274,20 milhões de dívidas atrasadas no país em março, número 1,00% maior que o do mês anterior (271,48 milhões). Em outras palavras, o número de pessoas que não conseguiram pagar os débitos atrasados teve uma alta firme em março, bem como a quantidade de dívidas que elas possuem.
Inadimplentes nas UF
O levantamento ainda revelou a representatividade de inadimplentes na população adulta de cada unidade da federação (UF). Em síntese, a Serasa calculou a quantidade de pessoas com dívidas atrasadas e relacionou os dados ao número de habitantes em cada UF.
No Brasil, 44,30% da população estava inadimplente em março, percentual maior que o de fevereiro (43,85%). Contudo, várias UF tiveram taxas superiores à média nacional.
A Serasa divulgou um ranking dos líderes em inadimplência, conforme a população de cada um deles. Em síntese, a inadimplência atingiu mais da metade da população em cinco UF, o que é bastante preocupante.
Confira abaixo as UF líderes em inadimplência em março:
- Mato Grosso: 53,70%;
- Rio de Janeiro: 53,45%;
- Distrito Federal: 52,39%;
- Amapá: 52,24%;
- Amazonas: 51,79%.
Nos cinco locais citados, mais da metade da população estava inadimplente no segundo mês deste ano. Aliás, Mato Grosso e Rio de Janeiro, que ocuparam as primeiras posições no ranking nacional, tiveram taxas quase 10 pontos percentuais acima da média nacional.
Além dessas cinco UF, o percentual de inadimplentes em outros oito estados também ficou maior que a taxa do Brasil, variando entre 44,41%, no Rio Grande do Norte, e 49,76%, no Mato Grosso do Sul.
Por outro lado, os estados com os menores números de negativados do país foram das regiões Nordeste e Sul. Veja as menores taxas de inadimplência do país.
- Piauí: 35,85%;
- Santa Catarina: 37,32%;
- Rio Grande do Sul: 39,78%;
- Maranhão: 40,21%;
- Alagoas: 40,23%;
- Paraíba: 40,29%;
- Espírito Santo: 40,33%;
- Pará: 40,37%.
Vale destacar que todas essas taxas percentuais foram alcançadas através da relação de pessoas inadimplentes e da quantidade de habitantes em cada UF. Por isso, não representa o número total de pessoas com dívidas atrasadas no país.
Cartão de crédito impulsiona inadimplência
Além disso, o levantamento mostrou que 29,34% do total de dívidas atrasadas foram referentes a cartões de crédito. Em outras palavras, quase três em cada dez dívidas atrasadas pelos brasileiros em março foram referentes a esse segmento. O percentual ficou elevado e vale destacar que a taxa acelerou levemente em relação a fevereiro (29,27%).
Em segundo lugar ficaram as dívidas com contas básicas, como água, luz e gás. Em resumo, esse segmento respondeu por 22,99% do total das contas atrasadas no país, percentual superior ao do mês anterior (22,67%).
Já na terceira posição ficaram os débitos com as financeiras, com uma taxa de 17,07%, número menor que o de fevereiro (17,17%). A saber, esses três segmentos responderam por 69% da inadimplência em março, assim como ocorreu nos meses anteriores.
O levantamento também estimou que 50,4% dos inadimplentes do país em fevereiro eram mulheres, enquanto 49,6% eram do gênero masculino, mesmas taxas que as de janeiro e fevereiro.
Por fim, em relação à faixa etária dos inadimplentes, os maiores percentuais vieram das faixas de 41 a 60 anos (35,1%) e 26 a 40 anos (34,1%). Em seguida ficaram as pessoas acima de 60 anos (18,9%) e quem tinha até 25 anos (11,9%).