Os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir suas projeções para a inflação no Brasil em 2024 na semana passada, após manter os dados estáveis na semana anterior. O resultado sinaliza que os economistas estão um pouco mais otimistas com o desempenho do indicador neste ano.
De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta semana pelo Banco Central (BC), a inflação no Brasil deverá ficar em 3,72% neste ano, levemente abaixo da projeção anterior (3,73%). A taxa segue dentro da meta definida para o ano, algo que é muito positivo para o país. Isso porque, quando a inflação fica controlada, há uma sinalização clara de fortalecimento da economia brasileira, ao menos no geral.
O BC divulga semanalmente as projeções dos analistas em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em resumo, estes dados refletem a situação atual do país e mostram quais deverão ser os próximos passos dados pela economia brasileira e os desafios que ela deverá enfrentar.
Para 2025, os analistas projetam uma taxa inflacionária de 3,64% no país, superando a última estimativa (3,60%). A inflação deverá ficar um pouco menor que a deste ano, refletindo a influência dos juros no país.
BC tenta cumprir a meta da inflação
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%. Logo, as projeções dos analistas, de 3,72%, estão dentro do limite, dado muito positivo para o país.
Analistas elevam projeções para PIB brasileiro
O boletim Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nas últimas 12 semanas, o mercado elevou por 11 vezes as projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano. Dessa vez, a taxa passou de 2,02% para 2,05% em 2024.
Em síntese, o crescimento do PIB deverá ser menor que a alta registrada em 2023. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, em relação ao ano anterior. O resultado foi bem semelhante a alta de 2022 (3,0%) e superou significativamente as estimativas de economistas do início do ano passado, de 1,0%.
A expectativa é que o desempenho do PIB brasileiro em 2024 também surpreenda o mercado e cresça mais que o esperado atualmente pelos economistas. Inclusive, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que o avanço da economia brasileira será superior a 2,2%, taxa projetada pela pasta.
Já para 2025, as estimativas permaneceram estáveis em 2,00%. A alta estimada para o ano que vem é bem parecida com a projetada para 2024, mas a taxa não costuma apresentar grandes variações porque os analistas ficam mais atentos ao desempenho do ano vigente, ou seja, 2024.
Taxa de juros no Brasil se mantém estável
Por fim, os analistas voltaram a elevar as estimativas para a taxa Selic, de 9,50% para 9,63% neste ano. Na verdade, a taxa é uma média das estimativas e indica que a maioria dos economistas acredita que os juros ficarão em 9,50%, mas uma parte projeta uma taxa de 10% em 2024.
Nos últimos meses, o BC promoveu cortes de meio ponto percentual na Selic, totalizando uma redução de 3 pontos percentuais entre agosto de 2023 e março deste ano. Agora, a taxa de juros está em 10,75% ao ano.
Para 2025, a taxa de juros deverá encerrar o ano em 9,00%, patamar bem parecido com o esperado para o final deste ano. Isso mostra que o BC deverá parar de reduzir os juros no país em breve.
BC define nova taxa de juros na semana
Na terça-feira (7), o Banco Central (BC) se reúne para definir a taxa básica de juro da economia brasileira. A entidade deverá reduzir pela sétima vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira, algo que vem acontecendo desde agosto do ano passado.
Há algumas semanas, a expectativa entre os analistas era que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mantivesse o corte dos juros em 0,50 ponto percentual (p.p.), permanecendo com a mesma magnitude das reduções anteriores. Contudo, as projeções mais recentes indicam que a redução deverá ser de 0,25 ponto percentual.
Caso a previsão de corte de 0,25 p.p. se confirme, a Selic passará de 10,75% para 10,50% ao ano. Essa será a sétima redução consecutiva, e a primeira de 0,25 p.p. após seis cortes de meio ponto percentual, período marcado pelo fortalecimento de uma política menos contracionista adotada pelo Banco Central.
Os analistas acreditam que a taxa Selic encerrará 2024 a 9,63% ao ano. Isso quer dizer que os próximos encontros do Copom deverão ter mais reduções de 0,25 p.p., com os cortes dos juros ficando cada vez mais leves no país.