Em março deste ano, os juros rotativos do cartão de crédito chegaram a 421,3% ao ano, segundo o Banco Central (BC). Esse nível é o mais elevado para a modalidade em 2024 e está no maior patamar desde dezembro (442,1% ao ano).
A taxa teve uma alta firme de 9,4 pontos percentuais em relação a fevereiro, quando a taxa estava em 411,9% ao ano. Isso mostra que os brasileiros que recorreram a essa modalidade de crédito em março tiveram que pagar ainda mais caro no país, na comparação com o mês anterior.
Saiba mais sobre o rotativo do cartão de crédito
Milhares de brasileiros buscam empréstimos todos os meses para pagar dívidas ou complementar a renda familiar. Para muitas pessoas, essa é uma grande solução para os problemas financeiros, pelo menos no curto prazo. O problema é que nem sempre a população fica atenta para os riscos envolvendo toda essa operação.
Em resumo, existem diversas linhas de crédito disponíveis no país, com algumas delas apresentando juros mais reduzidos, enquanto outras têm taxas bastante elevadas. Por isso, o consumidor precisa estar por dentro de todas as condições oferecidas por cada linha de crédito.
De acordo com especialistas, os brasileiros devem passar longe de uma linha específica, porque ela é a mais cara do mercado. Trata-se do cartão de crédito rotativo, que é muito procurada pelas pessoas no Brasil.
Entenda como funciona a modalidade
Em síntese, o rotativo do cartão de crédito é a linha pré-aprovada no cartão. Embora seja a linha de crédito mais cara do mercado, sua procura sempre se mostra bem elevada porque o crédito pode ser contratado por pessoas que não têm condições de pagar o valor total da fatura na data do vencimento.
Assim, o consumidor tem a possibilidade de pagar a fatura em dia, contando com o empréstimo. Apesar de parecer positiva, a linha de crédito pode causar ainda mais dor de cabeça aos consumidores devido aos juros mais altos do mercado.
As pessoas que contratam essa linha de crédito ainda podem fazer saques na função crédito do meio de pagamento. Em outras palavras, as vantagens oferecidas são bastante atraentes, mas os consumidores devem recorrer a alternativas com juros menores, que irão afetar de maneira menos intensa a renda familiar.
Vale destacar que, em caso de inadimplência do cliente, ou seja, quando a pessoa não paga a dívida, o banco deverá parcelar o saldo devedor. Além disso, a entidade financeira também poderá oferecer outra maneira para que o cliente quite a dívida, com condições mais vantajosas, no prazo de 30 dias.
Rotativo do cartão de crédito passou por mudança
No início de 2024, os juros rotativos do cartão de crédito passaram por uma grande mudança no país. Isso porque começou a valer no país algumas mudanças nas regras da modalidade, graças a um texto aprovado pelo Congresso Nacional em outubro de 2023 e, posteriormente, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em síntese, a principal mudança trazida pelo texto se referia ao valor total cobrado pelos bancos. A partir deste ano, o valor em juros no cartão de crédito rotativo passou a ter um limite: não poderá mais exceder o valor original da dívida. Logo, os juros não poderão chegar a patamares tão elevados quanto os observados no final de 2023, acima de 440% ao ano.
Cabe salientar que os juros da modalidade são muito elevados devido aos riscos que os bancos correm ao oferecê-la. Apesar do posicionamento contrário das instituições bancária em relação à redução dos juros, a decisão começou a vigorar no país no início de janeiro, aliviando um pouco o orçamento de quem busca a modalidade. Ainda assim, as taxas seguem elevadas no país.
Aliás, os clientes inadimplentes poderão contar com mais oportunidades para pagar sua dívida. Em resumo, o banco deverá parcelar o saldo devedor do cliente inadimplente. As instituições também podem oferecer outra forma para quitar a dívida em condições mais vantajosas dentro de 30 dias.
Juros bancários
O BC também revelou que os juros bancários médios do país tiveram uma leve alta em março. Em suma, a taxa média de juros com recursos livres de pessoas físicas e empresas chegou a 40,5% ao ano em março, taxa levemente superior a de fevereiro (40,3%) e maior patamar desde dezembro do ano passado (40,8%).
Cabe salientar que o cálculo desse juro se baseia em recursos livres. Logo, o levantamento não leva em consideração os setores habitacional e rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Embora os juros tenham avançado na comparação mensal, a taxa segue abaixo do observado em março de 2023 (44,1%). A diferença na base anual acontece devido às recentes reduções da taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, que vem sofrendo cortes desde agosto do ano passado.