O Brasil registrou 37,984 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre encerrado em março deste ano. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
O número se manteve estável em relação ao trimestre anterior. Contudo, na comparação com o trimestre de janeiro a março de 2023, houve um crescimento de 3,5% no número de empregados com carteira assinada (acréscimo de 1,3 milhão de pessoas).
Em resumo, o aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada na base anual é um dado bastante positivo, pois mostra o fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro em relação aos primeiros meses do Governo Lula em 2023.
Cabe salientar que a pandemia da covid-19 derrubou os números do mercado de trabalho em 2020. Os dois anos seguintes ficaram marcados pela recuperação dos dados, que se mostraram mais expressivos em 2022. Já em 2023, os números iniciaram o ano enfraquecidos, mas conseguiram se recuperar ao longo dos meses.
População ocupada recua no trimestre
A PNAD Contínua revelou que a população ocupada somou 100,2 milhões entre janeiro e março deste ano, caindo 0,8% em relação ao trimestre anterior (menos 782 mil pessoas). Essa redução poderia impactar o número de trabalhadores com carteira assinada, mas isso não aconteceu.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “a estabilidade do emprego com carteira no setor privado, em um trimestre de redução da ocupação como um todo, é uma sinalização importante de manutenção de ganhos na formalização da população ocupada“.
Já na comparação com o trimestre encerrado em março de 2023, houve um crescimento de 2,4% da população ocupada (mais 2,4 milhões de pessoas). Em resumo, o crescimento na base anual reflete os números mais fracos nos primeiros meses do governo Lula, em comparação ao mesmo período deste ano.
Número de empregados sem carteira assinada cresce
A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho ficou estável na comparação trimestral, mas cresceu na anual. Entre janeiro e março deste ano, havia 13,4 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil, segundo os dados do levantamento.
Em síntese, esse nível é muito elevado e está bem próximo do recorde da série histórica para esse indicador, de 13,5 milhões. A propósito, o número de empregados sem carteira de trabalho cresceu 4,5% em relação aos três primeiros meses de 2023 (mais 581 mil pessoas).
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,4 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre janeiro e março deste ano. Esse valor ficou estável tanto na base trimestral quanto na anual.
Por sua vez, o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,9 milhões no período. Nesse caso, a taxa caiu 2,3% em relação ao trimestre anterior (menos 141 mil pessoas), mas avançou 3,5% na comparação com o trimestre encerrado em março de 2023 (mais 198 mil pessoas).
Nesta semana, o IBGE divulgou os dados mais recentes da PNAD Contínua, revelando que a taxa de desocupação no Brasil cresceu 0,5 ponto percentual no trimestre de janeiro a março deste ano, para 7,9%, em relação aos três meses anteriores.
Por outro lado, na comparação com o primeiro trimestre de 2023, a taxa caiu 0,9 p.p., já que o percentual estava em 8,8% no período. Isso mostra que o resultado no início deste ano está melhor que o observado nos primeiros meses de 2023, início do governo Lula.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 4,0% em um ano, para R$ 3.123. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 125 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.998 um ano atrás.
Número de pessoas ocupadas recua em dois setores
O levantamento também revelou que oito dos dez grupamentos pesquisados fecharam o trimestre sem apresentar variação significativa em relação ao anterior. Segundo o IBGE, os grupamentos pesquisados são os seguintes:
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura;
- Alojamento e alimentação;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
- Construção;
- Indústria Geral;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Outros serviços;
- Transporte, armazenagem e correio.
Por outro lado, os grupamentos de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais e de serviços domésticos registraram redução no número de trabalhadores. Veja detalhes abaixo:
- Administração pública e afins (-320 mil);
- Serviços domésticos (-141 mil).
Seis setores criam vagas em um ano
O resultado trimestral indicou fechamento no número de ocupados em parte dos grupamentos pesquisados, mas o resultado na base anual ficou bem diferente desses números.
Em suma, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em seis dos dez grupamentos pesquisados, em relação ao primeiro trimestre de 2023. Veja abaixo os números de empregos criados no país, em relação ao mesmo período do ano passado:
- Informação, comunicação e afins (661 mil);
- Administração pública e afins (550 mil);
- Transporte, armazenagem e correio (322 mil);
- Outros serviços (238 mil);
- Construção (214 mil);
- Serviços domésticos (199 mil).
Por outro lado, um grupamento fechou vagas na base anual: de agricultura, pecuária e afins (menos 288 mil pessoas). Já os três grupamentos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, mantiveram-se estáveis.