Os analistas do mercado financeiro mantiveram estáveis as projeções para a inflação no Brasil em 2024 na semana passada. O resultado sinaliza que os economistas continuam otimistas com o desempenho do indicador neste ano.
De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta semana pelo Banco Central (BC), a inflação no Brasil deverá ficar em 3,73% neste ano. A taxa segue dentro da meta definida para o ano, algo que é muito positivo para o país. Isso porque, quando a inflação fica controlada, há uma sinalização clara de fortalecimento da economia brasileira, ao menos no geral.
A propósito, o BC divulga semanalmente as projeções dos analistas em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em resumo, estes dados refletem a situação atual do país e mostram quais deverão ser os próximos passos dados pela economia brasileira e os desafios que ela deverá enfrentar.
Analistas repercutem dados econômicos do país
Os analistas do mercado financeiro ficam atentos a todos os dados divulgados no país. Na última sexta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da prévia da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). O indicador subiu 0,21% em abril.
O resultado desacelerou em relação a março (0,36%) e veio abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro, cuja média das projeções apontava para uma alta de 0,29% em abril.
A saber, a maioria dos grupos pesquisados registrou alta dos preços em relação ao mês anterior, mas os avanços foram menos intensos que os de março, apesar de mais disseminados.
Para 2025, os analistas também mantiveram estáveis as suas estimativas para a taxa inflacionária do país, em 3,60%. A inflação deverá ficar um pouco menor que a deste ano, refletindo a influência dos juros no país.
BC tenta cumprir a meta da inflação
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%. Logo, as projeções dos analistas, de 3,73%, estão dentro do limite, dado muito positivo para o país.
Analistas mantêm estáveis projeções para PIB brasileiro
O boletim Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Após dez semanas consecutivas de alta, o mercado manteve estáveis as projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano, em 2,02%.
Em síntese, o crescimento do PIB deverá ser menor que a alta registrada em 2023. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, em relação ao ano anterior. O resultado foi bem semelhante a alta de 2022 (3,0%) e superou significativamente as estimativas de economistas do início do ano passado, de 1,0%.
A expectativa é que o desempenho do PIB brasileiro em 2024 também surpreenda o mercado e cresça mais que o esperado atualmente pelos economistas. Inclusive, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que o avanço da economia brasileira será superior a 2,2%, taxa projetada pela pasta.
Já para 2025, as estimativas permaneceram estáveis em 2,00%. A alta estimada para o ano que vem é bem parecida com a projetada para 2024, mas a taxa não costuma apresentar grandes variações porque os analistas ficam mais atentos ao desempenho do ano vigente, ou seja, 2024.
Taxa de juros no Brasil se mantém estável
Por fim, os analistas mantiveram estáveis as estimativas para a taxa Selic, em 9,50% neste ano. Nos últimos meses, o BC promoveu cortes de meio ponto percentual na Selic, totalizando uma redução de 3 pontos percentuais entre agosto de 2023 e março deste ano. Agora, a taxa de juros está em 10,75% ao ano.
O BC deverá se reunir neste mês para uma nova decisão sobre os rumos da política monetária do país. Não há consenso sobre a magnitude do corte, com muitos analistas acreditando em uma redução de 0,25 ponto percentual, enquanto outros apostam em um corte de meio ponto percentual.
Para 2025, a taxa de juros deverá encerrar o ano em 9,00%, patamar bem parecido com o esperado para o final deste ano. Isso mostra que o BC deverá parar de reduzir os juros no país em breve.