O rendimento médio real de todos os trabalhos chegou a R$ 3.123 no primeiro trimestre deste ano. Isso quer dizer que, em média, os trabalhadores receberam 2,2 vezes mais que o salário mínimo vigente no país, de R$ 1.412.
Em suma, o valor do rendimento cresceu 1,5% em relação ao trimestre anterior, quando os trabalhadores do país recebiam, em média, R$ 3.076 no período. Significa que os trabalhadores passaram a ganhar R$ 47 a mais em três meses, resultado que reflete uma pequena variação no período.
Já em relação ao trimestre encerrado em março de 2023, o valor cresceu ainda mais (4,0%), visto que os trabalhadores do país recebiam, em média, R$ 2.998 no período. Em outras palavras, os trabalhadores passaram a ganhar R$ 125 a mais em 12 meses, elevação mais intensa que a trimestral.
A saber, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta terça-feira (30).
Veja o rendimento entre as posições
A PNAD Contínua mostrou que, entre as posições na ocupação, o rendimento se manteve estável em quatro categorias. Já nas duas categorias restantes, o rendimento cresceu em relação ao trimestre anterior. Confira quais registraram aumento no período:
- Empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (2,5%, ou mais R$ 116);
- Trabalhador doméstico (2,1%, ou mais R$ 25).
Já em relação ao trimestre encerrado em março de 2023, a renda cresceu em quatro posições, elevando o poder de compra dos trabalhadores. Confira abaixo as posições cujo rendimento cresceu em um ano:
- Empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (5,0%, ou mais R$ 225);
- Trabalhador por conta própria (6,1%, ou mais R$ 146);
- Empregado sem carteira de trabalho assinada (5,9%, ou mais R$ 121);
- Empregado com carteira de trabalho assinada (2,7%, ou mais R$ 77);
- Trabalhador doméstico (2,4%, ou mais R$ 28).
As únicas exceções foram as categorias empregador e trabalhador doméstico, cujos rendimentos não apresentaram variação significativa em relação ao primeiro trimestre de 2023.
Massa de rendimento atinge NOVO RECORDE
Além do crescimento observado no rendimento dos trabalhadores, a massa de rendimento também conseguiu avançar no trimestre. Em suma, esse resultado é bastante positivo para os trabalhadores do país, e isso aconteceu graças à melhora do mercado de trabalho brasileiro.
De acordo com o IBGE, a massa de rendimento real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, ficou estimada em R$ 308,3 bilhões. Em resumo, esse valor bateu um novo recorde da série histórica, visto que o IBGE nunca havia registrado um montante tão elevado assim.
Na comparação com o trimestre anterior, a massa de rendimento não apresentou variação significativa, apesar de ter batido recorde. Já em relação ao trimestre encerrado em março de 2023 (R$ 289,1 bilhões), houve um aumento de 6,6% (ou R$ 19,2 bilhões).
Rendimento cresce em três setores no trimestre
O levantamento também revelou que apenas três dos dez grupamentos pesquisados fecharam o trimestre registrando aumento no rendimento dos trabalhadores.
Em síntese, isso aconteceu apenas com outros serviços (6,7%, ou mais R$ 158), transporte, armazenagem e correio (4,3%, ou mais R$ 122) e serviços domésticos (2,1%, ou mais R$ 25). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
De acordo com o IBGE, os sete grupamentos restantes não tiveram variações significativas em relação ao trimestre anterior. A propósito, os grupamentos são:
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura;
- Alojamento e alimentação;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
- Construção;
- Indústria geral;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Transportes, armazenagem e correio.
Renda dos trabalhadores cresce no ano
Embora o resultado trimestral tenha apresentado variações tímidas, com apenas três grupamentos registrando aumento da renda dos trabalhadores, o resultado anual foi um pouco mais positivo para os profissionais, mas a diferença continuou pouco expressiva.
Segundo o IBGE, a renda cresceu em quatro dos dez grupos pesquisados. Confira abaixo quais foram:
- Indústria geral (7,5%, ou mais R$ 215);
- Transportes, armazenagem e correio (7,1%, ou mais R$ 198);
- Administração pública, defesa, seguridade social e afins (3,6%, ou mais R$ 152);
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,9%, ou mais R$ 96).
Os demais grupamentos não tiveram variações significativas em relação ao trimestre encerrado em março de 2023. Isso quer dizer que os trabalhadores não receberam mais que há um ano, mas também não tiveram redução em seu rendimento.