A taxa de desemprego foi a 7,9% no trimestre de janeiro a março de 2024. O mercado de trabalho brasileiro apresentou uma recuperação firme nos últimos meses, refletindo o bom momento do governo Lula. Contudo, nos primeiros meses deste ano, a situação não se mostra tão positiva assim.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego subiu 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior (7,4%).
Por outro lado, na comparação com o primeiro trimestre de 2023, a taxa caiu 0,9 p.p., já que o percentual estava em 8,8% no período. Isso mostra que o resultado no início deste ano está melhor que o observado nos primeiros meses de 2023, início do governo Lula.
Segundo a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, “o aumento da taxa de desocupação foi ocasionado pela redução na ocupação. Esse panorama caracteriza um movimento sazonal da força de trabalho no primeiro trimestre de cada, com perdas na ocupação em relação ao trimestre anterior“.
População desocupada totaliza 8,6 milhões
A taxa de desocupação cresceu 6,7% em relação ao trimestre anterior (acréscimo de 542 mil pessoas). Em contrapartida, na comparação com o trimestre encerrado em março de 2023, a taxa caiu 8,6% (redução de 808 mil pessoas).
Vale destacar que a população desocupada totalizou 8,6 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março deste ano. O número cresceu na base trimestral devido à sazonalidade. Por isso, o mais adequado é analisar os dados na base anual, que refletem mais fielmente a variação dos números no país.
Embora os dados mais recentes tenham sinalizado elevação da quantidade de pessoas buscando um trabalho no país, o aumento já era esperado. Aliás, os números continuam muito altos para uma grande economia como o Brasil. Por isso que o governo espera a continuidade de dados positivos em 2024.
População ocupada do Brasil segue acima de 100 milhões
A PNAD Contínua revelou outros dados referentes ao mercado de trabalho brasileiro. A saber, a população ocupada somou 100,2 milhões entre janeiro e março deste ano, caindo 0,8% em relação ao trimestre anterior (menos 782 mil pessoas).
Já na comparação com o trimestre encerrado em março de 2023, houve um crescimento de 2,4% da população ocupada (mais 2,4 milhões de pessoas). Em resumo, o crescimento na base anual reflete os números mais fracos nos primeiros meses do governo Lula, em comparação ao mesmo período deste ano.
A PNAD ainda mostrou que o nível de ocupação ficou estimado em 57,0%, recuando 0,6 p.p. na comparação com o trimestre anterior (57,6%). Já na base anual, o indicador subiu 0,9 p.p. (56,1%), refletindo a melhora do indicador em um ano. A propósito, nível de ocupação se refere ao percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar.
Taxa de desalentados chega a 3,6 milhões no Brasil
O levantamento do IBGE ainda revelou que a população desalentada no Brasil somou 3,6 milhões no período. Esse número não apresentou uma variação significativa em relação ao trimestre móvel anterior, segundo o IBGE. Contudo, caiu 7,1% em comparação com o trimestre encerrado em março de 2023 (menos 275 mil pessoas).
Segundo o IBGE, a população desalentada é formada por pessoas que estavam fora da força de trabalho do país devido a alguma das seguintes razões:
- Não conseguia trabalho;
- Não tinha experiência profissional;
- Era muito jovem ou muito idoso;
- Não encontrou trabalho na localidade onde mora;
- Não teria condições de assumir a vaga caso conseguisse o trabalho.
Em outras palavras, os desalentados do país formam a parte da força de trabalho potencial. Isso quer dizer que eles poderiam trabalhar, mas não o fizeram devido a circunstâncias específicas.
Os dados também mostraram que o percentual de desalentados na força de trabalho atingiu 3,2% entre janeiro e março de 2024. O nível não teve oscilação significativa na base trimestral, mas caiu 0,3 p.p. na comparação anual.
Saiba mais sobre a PNAD Contínua
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. Isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em síntese, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país, desemprego, entre outros pontos.
Os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.