O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta terça-feira (30) que o Brasil criou 244,315 mil vagas de emprego formal em março deste ano. O resultado mostra que o país registrou uma quantidade bem maior de admissões do que de demissões no terceiro mês de 2024.
Os dados foram bastante positivos, já que a quantidade de vagas formais de emprego geradas no país superou em 25,7% os números observados em março de 2023, quando o Brasil criou 194,372 mil empregos formais. Os números também vieram acima do consenso dos analistas, que acreditavam na criação de cerca de 188 mil empregos no mês.
Em síntese, o governo Lula enfrentou desafios no ano passado em relação à geração de emprego, registrando resultados inferiores aos observados em 2022. Entretanto, os últimos meses de 2023 apresentaram dados mais fortes que os do mesmo período do ano anterior, e isso vem se fortalecendo em 2024.
Estes números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A saber, não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro modificou a metodologia do levantamento.
Contratações no Brasil chegam a 2,26 milhões em março
De acordo com os dados do Caged, o mercado de trabalho brasileiro teve os seguintes números em fevereiro deste ano:
- Contratações: 2,26 milhões;
- Demissões: 2,02 milhões.
Com o acréscimo do resultado de março, o Brasil passou a registrar um saldo de 46,24 milhões de empregos com carteira assinada. Esse número representa um crescimento de 3,7% em relação a março do ano passado, sinalizando o aumento firme do número de pessoas empregadas formalmente no país.
Veja os números de vagas de emprego criadas
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em março de 2024, algo que acontece em praticamente todos os meses.
Veja abaixo quantas vagas foram criadas em cada setor pesquisado:
- Serviços: 148.722 postos de trabalho;
- Comércio: 37.493 postos de trabalho;
- Indústria: 35.886 postos de trabalho;
- Construção: 28.666 postos de trabalho;
- Agropecuária: -6.457 postos de trabalho.
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em março, já que o setor é considerado o grande empregador do país. Entretanto, os números encolheram 23% em relação a fevereiro, quando o setor criou 193.127 postos de trabalho. A propósito, o setor respondeu por 63,1% das vagas criadas no país.
Por sua vez, o setor de comércio, que havia fechado mais 38.212 vagas de emprego no país em janeiro, devido às contratações temporárias de final de ano, reverteu as quedas em fevereiro, criando 19.724 postos de trabalho. Já em março, o setor continuou se recuperando e registrou um aumento de 90,1% do número de vagas em relação ao mês anterior.
Cabe salientar que a agropecuária foi o único setor a registrar mais demissões que admissões em março, fechando o mês com um saldo negativo. Contudo, o número não foi muito expressivo e não afetou de maneira significativa o saldo nacional.
Veja o ranking de vagas criadas por região brasileira
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. Em março, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país. Veja os dados de cada uma delas:
- Sudeste: 148.304 vagas de emprego;
- Sul: 42.240 vagas de emprego;
- Centro-Oeste: 28.047 vagas de emprego;
- Nordeste: 16.037 vagas de emprego;
- Norte: 9.670 vagas de emprego.
Os dados mostram que a região Sudeste liderou o ranking nacional em março, mas o número caiu 7% em relação a fevereiro (159.569). Aliás, a região concentrou 60,7% da quantidade total de vagas criadas no país, ou seja, a cada dez postos de trabalho gerados em março, seis foram no Sudeste.
Por sua vez, a região Sul teve um desempenho bem mais fraco que o observado em fevereiro. A região fechou o mês com uma queda de 50,2% no número de postos de trabalho criados em relação a fevereiro (84.862), gerando um pouco menos da metade de vagas em março.
Na terceira posição ficou o Centro-Oeste, cujos números também se enfraqueceram em março (-17,6%), na comparação com fevereiro, quando a região havia criado 34.044 vagas de emprego.
A única região a apresentar aumento dos números em março foi o Nordeste, que teve um forte crescimento de 51,7% no número de postos de trabalho criados em relação a fevereiro (10.571 vagas).
Já a região Norte acabou caindo para a última posição do ranking, ao registrar uma queda de 43,3% da quantidade de vagas de emprego formal geradas em comparação com fevereiro (17.062).
Por fim, os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país. Portanto, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).