A prévia da inflação veio mais fraco que o esperado em abril, para alívio dos consumidores do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,21% no quarto mês de 2024.
Em resumo, a variação desacelerou em relação ao mês anterior (0,36%). Além de apresentando uma taxa inferior a de março, a variação da inflação também veio abaixo da média das estimativas de analistas do mercado financeiro, que acreditavam em uma alta de 0,29% no mês.
Inflação impacta o dia a dia dos brasileiros
Muitas pessoas não entendem bem o que significa inflação e qual a sua importância para o país. Em suma, o termo se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.
Por exemplo, a variação dos preços nos supermercados, nos postos de combustíveis e nas farmácias afeta a população brasileira. Quando os preços sobem, as pessoas precisam pagar mais caro para adquirir os itens. Por outro lado, quando os valores caem, os consumidores conseguem economizar um pouco.
Inflação também se refere às variações nos preços dos serviços, como energia elétrica e plano de saúde. Em outras palavras, o IBGE informa o comportamento dos preços de produtos e serviços no país, indicando quais grupos apresentaram as variações mais intensas em cada período.
De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos“.
Veja a variação dos preços em abril
O IBGE revelou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento dos seus preços em abril, na comparação com o mês anterior. O resultado foi mais disseminado que o de março, quando os preços subiram em cinco grupos. Contudo, as altas foram mais tímidas e o IPCA-15 acabou desacelerando em relação a março.
Confira abaixo quais foram os grupos pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram em abril:
- Saúde e cuidados pessoais: 0,78%;
- Alimentação e bebidas: 0,61%;
- Vestuário: 0,41%;
- Despesas pessoais: 0,40%;
- Habitação: 0,07%;
- Educação: 0,05%;
- Artigos de residência: 0,03%.
De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebidas voltou a exercer o maior impacto no IPCA-15, de 0,13 ponto percentual (p.p.). O avanço respondeu por 61,9% da variação da inflação nacional, impulsionando-a no mês.
O avanço do grupo foi influenciado pela alimentação no domicílio, cujos preços subiram 0,74% em abril, apesar de desacelerarem em relação a março (1,04%). Aliás, veja abaixo os alimentos que ficaram mais caros no Brasil em abril:
- Tomate: 17,87%;
- Alho: 11,60%;
- Cebola: 11,31%;
- Frutas: 2,59%;
- Leite longa vida: 1,96%.
Vale destacar que a alimentação fora do domicílio desacelerou em relação a março (0,59% para 0,25%). O decréscimo ocorreu devido ao item refeição (0,76% para 0,07%), apesar do avanço registrado pelo lanche (0,19% para 0,47%).
Já o grupo saúde e cuidados pessoais influenciou a prévia da inflação em 0,10 p.p. em abril. “A maior contribuição veio de produtos farmacêuticos (1,36%), após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março“, revelou o IBGE.
Grupo transportes limita IPCA-15
Em abril, o grupo transportes exerceu um impacto de -0,10 p.p. no IPCA-15. A saber, este foi o único grupo a registrar queda nos preços dos produtos e serviços no mês (-0,49%), limitando a alta da inflação nacional.
Em síntese, os preços dos combustíveis caíram 0,03% no mês, após alta de 2,41% no mês anterior. O resultado ficou negativo devido às quedas registradas por gás veicular (-0,97%), óleo diesel (-0,43%) e gasolina (-0,11%), apesar do encarecimento do etanol (0,87%) no período.
Inflação sobe em 9 dos 11 locais pesquisados
Em abril, o IPCA-15 subiu devido ao aumento dos preços na maioria dos locais pesquisados pelo IBGE. Embora a taxa tenha desacelerado no mês, seguiu em campo positivo, sinalizando o encarecimento disseminado dos preços no país.
Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.
Veja as taxas de abril nos locais pesquisados pelo IBGE:
- Recife: 0,57%;
- Belém: 0,33%;
- Salvador: 0,31%;
- Rio Janeiro: 0,31%;
- Brasília: 0,23%;
- Curitiba: 0,23%;
- São Paulo: 0,22%;
- Belo Horizonte: 0,14%;
- Goiânia: 0,08%;
- Porto Alegre: -0,01%;
- Fortaleza: -0,02%.
“Quanto aos índices regionais, nove áreas tiveram alta em abril. A maior variação foi registrada em Recife (0,57%), por conta das altas do tomate (27,79%) e da gasolina (5,13%). Já o menor resultado ocorreu em Fortaleza (-0,02%), que apresentou queda nos preços da passagem aérea (-17,10%) e da gasolina (-4,80%)“, informou o IBGE.