A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (27) qual será a bandeira tarifária da conta de luz em abril de 2024. A entidade leva em consideração a situação energética do país para definir a bandeira do mês seguinte.
Os brasileiros sempre ficam apreensivos no final dos meses, esperando pela decisão da Aneel, que divulga a informação tradicionalmente na última sexta-feira de cada mês.
A saber, a Aneel criou as bandeiras tarifárias em 2015. Em resumo, o sistema reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica, estabelecendo qual será a bandeira do país.
A definição ocorre de acordo com as projeções de custos e o nível em que se encontram os reservatórios. Portanto, quanto mais chuvas nas regiões dos reservatórios, melhor para a população brasileira.
Aliás, vale destacar que as bandeiras tarifárias também funcionam como um indicador do comportamento que os consumidores deverão ter. Por exemplo, quanto mais elevado o patamar estiver, mais consciente a pessoa deve ser, racionando o uso de energia elétrica.
Bandeira verde está há mais de dois anos em vigor
Para maio, a Aneel decidiu manter a bandeira tarifária verde em vigor, aliviando o bolso dos brasileiros por mais um mês. As últimas decisões da entidade vêm animando os consumidores, que podem comemorar a manutenção da fatura um pouco mais barata.
Com a nova decisão da Aneel, maio será o 25º mês completo sem cobrança adicional na conta de luz para os consumidores. Em outras palavras, faz mais de dois anos que a Aneel está mantendo a bandeira verde em vigor no país.
Para 2024, existe muita expectativa em relação à continuidade da bandeira verde no país. Isso deverá acontecer ao longo do ano caso as chuvas continuem caindo de maneira regular nos locais onde se encontram os reservatórios do país. E os cinco primeiros meses do ano estão confirmando as previsões, com a bandeira verde se mantendo em vigor no Brasil.
“A Aneel reforça a importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica, mesmo em períodos favoráveis. A economia de energia contribui para a preservação dos recursos naturais e para a sustentabilidade do setor elétrico como um todo“, alertou a entidade.
Sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
A Aneel possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. A saber, as bandeiras tarifárias possuem três cores: verde (que não promove cobranças adicionais), amarela e vermelha (ambas aplicam cobranças extras aos consumidores).
- Bandeira verde: não há cobrança extra na conta de luz porque a situação dos reservatórios se mostra positiva e há condições favoráveis de geração de energia;
- Bandeira amarela: quando o cenário começa a apresentar condições menos favoráveis, a Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 1: começa a valer quando as condições estiverem desfavoráveis, promovendo uma cobrança de R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha patamar 2: tarifa vale quando o cenário fica crítico, com condições muito desfavoráveis e custos de produção de energia muito elevados no país. Nesse caso, há uma cobrança de R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.
Vale ressaltar que o sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015. Ele tem o objetivo de indicar os custos da geração de energia no país aos consumidores. Além disso, busca aliviar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.
Em 2021, houve a criação da bandeira escassez hídrica, que surgiu para que o país superasse a dificuldade enfrentada com a maior crise hídrica já enfrentada pelo país em mais de 90 anos. Em abril de 2022, a bandeira foi extinta graças à melhora da situação energética do país.
Impostos e subsídios encarecem conta de luz
Embora a bandeira verde siga em vigor no país, os valores pagos nas conta de luz continuam muito elevados para a população. Em suma, os consumidores não pagam apenas valores relacionados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, mas também precisam custear:
- Impostos;
- Subsídios;
- Taxas que custeiam políticas públicas;
- Ineficiências do setor elétrico.
Tudo isso encarece a conta de luz, que acaba pesando no bolso de milhares de famílias no país. E muitos consumidores ficam irritados porque o Brasil teria condições de cobrar valores mais baixos, caso não houvesse tantos subsídios e taxas cobradas.
Entretanto, como as contas já trazem essas cobranças inclusas, não há o que fazer. Os consumidores precisam pagar as faturas para não terem a luz cortada, prática adotada pelas distribuidoras quando as contas ficam atrasadas.