O rendimento dos trabalhadores do país atingiu uma marca expressiva em março de 2024, sinalizando a melhora do piso dos profissionais. De acordo com o levantamento mensal realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o piso salarial médio do país foi de R$ 1.611,98 no terceiro mês deste ano.
Em síntese, o valor médio é “equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados”, segundo o Dieese. Entre os quatro setores econômicos pesquisados, três deles tiveram resultados superiores à média nacional, para alegria dos trabalhadores. Por outro lado, uma atividade apresentou números inferiores à média do país.
Veja abaixo os pisos salariais de cada um dos setores em março de 2024:
- Serviços: R$ 1.650,14;
- Rural: R$ 1.635,20;
- Comércio: R$ 1.614,39;
- Indústria: R$ 1.541,10.
Cabe salientar que o setor de serviços é considerado o maior empregador do país. Em suma, os serviços respondem por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, indicador que se refere à soma de todos os produtos e serviços produzidos no país, quantificando a sua atividade econômica. Portanto, o setor tem a maior importância para a economia do país.
Em março, o comércio teve um avanço expressivo, ultrapassando o piso salarial da indústria, que geralmente é mais elevado que o daquele segmento. Aliás, a produção industrial brasileira vem enfrentando dificuldades para se manter em crescimento neste ano.
Reajustes salariais entre os setores econômicos
Embora os serviços tenham apresentado o maior piso médio salarial em março, foi a indústria que teve a maior proporção de reajustes acima da inflação do país no período, chegando a 88,0% do total dos reajustes. Já as negociações abaixo do INPC totalizaram apenas 3,0%, enquanto 9,0% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.
Com dados bastante semelhantes, os serviços registraram 86,9% dos reajustes acima da inflação em março deste ano. Em contrapartida, o volume das negociações ficaram abaixo do INPC no período somaram 2,9%, enquanto os 10,2% restantes tiveram uma variação igual a da inflação.
Embora os dados da indústria e dos serviços tenham sido muito positivos, o comércio não conseguiu registrar resultados tão expressivos assim para os trabalhadores do país. Entretanto, os dados do setor ainda foram muito positivos para os empregados.
Em suma, 76,0% dos reajustes do comércio ficaram acima da inflação, o que quer dizer que mais da metade dos trabalhadores do setor de serviços viram o seu poder de compra crescer no segundo mês deste ano. De modo diferente, 4,1% das negociações ficaram abaixo do INPC e representaram perda real para o trabalhador dos serviços.
Já os 19,9% dos acordos e convenções restantes ficaram iguais ao INPC e também não resultaram em ganho real para os empregados do setor. Contudo, diferentemente dos reajustes abaixo da inflação, estes acordos não reduziram o poder de compra dos trabalhadores, apenas os deixaram na mesma posição que a de janeiro.
Inflação elevada reduz poder de compra
Para quem não sabe, a inflação é um dado muito importante para toda a população, mesmo que nem todos saiba disso. Em resumo, quando a taxa inflacionária do país está em um nível muito alto, o poder de compra do trabalhador fica reduzido, uma vez que as pessoas terão que gastar mais para comprar produtos ou contratar serviços.
Aliás, quando o INPC está muito elevado, os reajustes tendem a ficar abaixo do indicador, até porque a maioria dos patrões não irá aumentar de maneira expressiva os salários dos empregados, mesmo com a inflação elevada.
Vale destacar que o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Isso explica a importância desse indicador, tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores do país. A propósito, o INPC acumulado em 12 meses até fevereiro chegou a 3,40%.
Piso médio salarial nas regiões brasileiras
Além disso, o Dieese também revelou o piso médio nacional nas regiões brasileiras. A propósito, todos os dados divulgados pelo Dieese são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Veja abaixo os pisos salariais médios em cada região brasileira em março deste ano:
- Sul: R$ 1.730,01;
- Centro-Oeste: R$ 1.654,23;
- Sudeste: R$ 1.593,14;
- Norte: R$ 1.567,86;
- Nordeste: R$ 1.556,60.