Os reajustes salariais estão muito positivos para os trabalhadores do país em 2024. De acordo com o Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), nove em cada dez acordos e negociações salariais superaram a inflação no país em fevereiro deste ano.
Isso quer dizer que a maioria absoluta dos trabalhadores com carteira assinada viram o seu poder de compra crescer. Esse dado é muito positivo para os profissionais, que podem aumentar o consumo mensal graças aos reajustes acima da inflação.
Em resumo, a Fipe faz uma relação entre as negociações salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Este indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Vale destacar que o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir as negociações no país. Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um índice tão importante para o país.
Reajustes superam INPC
Em 2024, o Brasil está conseguindo superar as adversidades e as projeções para a atividade econômica estão cada vez mais otimistas. As estimativas de analistas do mercado financeiro apontam uma alta de 1,95% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, taxa menor que a de 2023, mas que vem crescendo a cada semana.
Segundo o boletim Salariômetro, os resultados observados em em fevereiro de 2024 foram os seguintes:
- 92,1% dos reajustes superaram a inflação;
- 4,7% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
- 3,2% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
De acordo com a Fipe, o reajuste mediano das negociações trabalhistas em fevereiro ficou em 5,0%, superando em 1,2 pontos a taxa acumulada pelo INPC em 12 meses (3,8%). Aliás, vale destacar que fevereiro foi o 15º mês consecutivo com aumento real positivo, algo que não acontecia no Brasil desde julho de 2018.
O levantamento também revelou que, no acumulado de 2024, os números ficaram bastante positivos para os trabalhadores do país. Confira abaixo:
- 89,1% dos reajustes superaram a inflação;
- 7,6% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
- 3,3% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
Veja também as taxas observadas no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro:
- 80,6% dos reajustes superaram a inflação;
- 15,3% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
- 4,1% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
Veja mais sobre os reajustes acumulados em 2024
O resultado acumulado entre janeiro e fevereiro deste ano foi muito positivo para os trabalhadores do país. A saber, o reajuste mediano real dos salários superou a inflação em 1,79% no período. Nas regiões brasileiras, as taxas registradas foram as seguintes:
- Sudeste: 3,18%;
- Norte: 1,79%;
- Centro-Oeste: 1,29%;
- Nordeste: 1,29%;
- Sul: 1,20%.
Já em relação aos setores pesquisados, a maior alta real mediana foi registrada pela construção civil (3,2%). Em seguida, ficaram agropecuária (2,2%), serviços (2,2%), indústria (1,3%) e comércio (1,3%).
A Fipe ainda não divulgou os dados de março. Isso deverá acontecer nos próximos dias. Contudo, a entidade já revelou que as variações medianas das negociações trabalhistas deverão ficar em 5,5%, superando o INPC em 1,6 ponto percentual.
Entenda o levantamento da Fipe
Quando as negociações salariais superam a inflação, isso significa que houve aumento no poder de compra dos trabalhadores. Assim, eles passam a ter mais condições financeiras para aumentar o consumo.
Vale destacar que, quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de bens e serviços no país, obrigando o trabalhador a modificar seus hábitos de consumo para se adequar à nova renda e aos novos preços.
Já nos casos de reajustes iguais ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra, ou seja, eles podem comprar os mesmos itens de antes, pelo menos na teoria. Entretanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda sobe apenas o suficiente para mantê-la no mesmo nível da inflação.
Por fim, “o Salariômetro é uma iniciativa da Fipe para disponibilizar informações e análises sobre o mercado de trabalho brasileiro. Para acompanhar a negociação coletiva, transforma os textos dos acordos coletivos e das convenções coletivas depositados no Mediador do MTP em dados quantitativos sobre 40 tipos de cláusulas“, informa a Fipe.