O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou suas projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano. De acordo com a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 2,2% em 2024.
A saber, o percentual representa um crescimento de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação à última estimativa divulgada pelo FMI, em janeiro deste ano, quando a entidade estimou um crescimento de 1,7% para o PIB brasileiro neste ano.
Embora as novas projeções para o desempenho do PIB do Brasil estejam mais otimistas, o país continua com uma das taxas mais baixas de crescimento entre os países emergentes em 2024, abaixo da média global.
Em resumo, o PIB mundial deverá crescer 3,2% em 2024, taxa 0,1 p.p. maior que a última projeção do FMI (3,1%). E esse avanço vem sendo impulsionado pelo fortalecimento econômico global, segundo a entidade.
“A economia global continua mostrando uma resiliência considerável, com um crescimento que se mantém estável e a inflação diminuindo, mas muitos desafios permanecem“, afirmou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, à imprensa.
Inflação deve recuar fortemente em 2024
Vale destacar que todos estes dados estão presentes no relatório World Economic Outlook (WEO), do FMI. No documento, a entidade explica que a previsão é que a taxa inflacionária mundial caia de forma constante nos próximos anos, passando de 6,8%, em 2023, para 5,9%, em 2024, e, então, para 4,5%, em 2025.
“A atividade econômica foi surpreendentemente resiliente durante a desinflação mundial de 2022 e 2023. Conforme a inflação caía de seu pico em 2022, a atividade cresceu de forma constante, apesar dos índices de estagflação e recessão mundial“, detalhou a entidade. A propósito, o termo estaglação descreve cenários de estagnação econômica, apesar do avanço da inflação.
Embora a inflação esteja recuando, há riscos de uma nova escalada dos preços mundiais. Na verdade, alguns fatores já vêm limitando o crescimento econômico, como os efeitos a longo prazo da pandemia e a guerra na Ucrânia, que afetaram todo o planeta. Além disso, o baixo crescimento da produção e a divisão geoeconômica também contribuem para taxas menos expressivas do que poderiam ser.
Aliás, o FMI elevou as estimativas para o crescimento da economia brasileira em 2025, de 1,9% para 2,1%. Da mesma forma, aumentou suas projeções para os Estados Unidos (1,7% para 1,9%), maior economia do planeta. Contudo, para o PIB mundial, o FMI manteve suas previsões de crescimento em 3,2%, mesma taxa que a projetada em 2024.
Maiores economias mundiais
A saber, o Brasil é uma das principais economias do mundo. Com a melhora das projeções para o PIB brasileiro em 2024, a taxa de crescimento seguirá como uma das mais firmes entre estes países, mas abaixo de outros importantes países emergentes, ou seja, em desenvolvimento.
Confira abaixo as taxas de crescimento projetadas para o PIB de grandes economias em 2024:
- Índia: 6,8%;
- China: 4,6%;
- Mundo: 3,2%;
- Rússia: 3,2%;
- Estados Unidos: 2,7%;
- México: 2,4%;
- Brasil: 2,2%;
- Japão: 0,9%;
- Zona do Euro: 0,8%;
- França: 0,7%;
- Reino Unido: 0,5%;
- Alemanha: 0,2%.
O relatório da entidade destacou o crescimento do PIB russo, que foi revisado em 0,6 ponto percentual (p.p.) para cima. O país deverá colher bons resultados “do alto investimento e de um robusto consumo privado, apoiados pelo crescimento dos salários em um forte mercado de trabalho“, segundo o FMI.
Por outro lado, as projeções para a Zona do Euro tiveram uma queda de 0,1 p.p. em relação ao último prognóstico da entidade internacional. Em síntese, a queda foi provocada pela redução de 0,2 p.p. das projeções para a Alemanha, maior economia europeia.
Estimativas do FMI para 2025 recuam
Além dos dados mais positivos para 2024, a situação em 2025 também deverá se manter positiva, tanto no Brasil quanto no mundo. Contudo, a expectativa é que algumas nações tenham um desempenho mais forte que o esperado, enquanto outras não mostrem tanta resiliência assim no ano que vem.
Veja as taxas de crescimento projetadas para o PIB das maiores economias em 2024:
- Índia: 6,5%;
- China: 4,1%;
- Mundo: 3,2%;
- Brasil: 2,1%;
- Estados Unidos: 1,9%;
- Rússia: 1,8%;
- Zona do Euro: 1,5%;
- Reino Unido: 1,5%;
- França: 1,4%;
- México: 1,4%;
- Alemanha: 1,3%;
- Japão: 1,0%.
Entre os prognósticos do FMI em relação ao crescimento do PIB em 2025, o principal destaque ficou com a Rússia, cuja projeção cresceu 0,7 p.p. Já para a Zona do Euro, houve uma redução de 0,2 p.p., novamente por causa da Alemanha (-0,3 p.p.), onde a confiança do consumidor continua em patamar fraco.
Por fim, vale destacar que a previsão de crescimento do PIB continua abaixo da média anual histórica de 3,8%, observada entre 2000 e 2019. O momento atual ainda reflete taxas de juros mais elevadas do que no passado, além da redução dos estímulos fiscais realizados pelos governos.