A economia brasileira cresceu 0,4% em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior. O dado se refere ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é realizado pelo Banco Central (BC) e cuja divulgação ocorreu nesta quarta-feira (17).
O avanço foi o quarto consecutivo e reflete o bom momento para a economia do país, que vem se mantendo em campo positivo, registrando taxas maiores que as dos meses anteriores.
O resultado veio em linha com as expectativas do mercado, que projetava um crescimento de 0,40% da economia brasileira em fevereiro. Entretanto, vale destacar a desaceleração observada em relação a janeiro, quando o indicador avançou 0,52%.
Veja o desempenho do IBC-Br nos últimos meses
Em síntese, o IBC-Br vem registrando taxas positivas nos últimos meses. Os dados têm ficado majoritariamente elevados, e apenas alguns poucos resultados ficaram negativos.
Veja abaixo o desempenho da economia brasileira nos últimos meses, em comparação ao mês imediatamente anterior:
- Agosto: -0,60%;
- Setembro: -0,04%;
- Outubro: -0,01%;
- Novembro: 0,08%;
- Dezembro: 0,70%;
- Janeiro: 0,52%;
- Fevereiro: 0,40%.
Todos esses números passaram por um ajuste sazonal para que houvesse “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados conseguem refletir a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais, conforme as taxas inflacionárias de cada período.
Cabe salientar que o indicador do BC é considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O índice funciona como um sinalizador do que realmente está por vir em relação à atividade econômica do país.
Economia brasileira tem alta firme na base anual
Apesar do avanço na base mensal ter sido leve, o desempenho da economia brasileira foi bem mais expressivo na comparação anual. Em suma, a atividade econômica do país cresceu 2,59% na comparação com fevereiro de 2023. Isso mostra que os dados do segundo mês do governo Lula foram mais fracos que os de fevereiro deste ano.
Vale destacar que o PIB brasileiro vem apresentando um crescimento firme nos últimos anos, com a predominância de taxas positivas. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira entre 2019 e 2023, na comparação com o ano anterior:
- 2019: 1,05%;
- 2020: -4,2%;
- 2021: 4,68%;
- 2022: 3,0%;
- 2022: 2,9%.
Nos últimos cinco anos, o único resultado negativo foi registrado em 2020 devido à pandemia da covid-19, que afundou a economia global, levando as maiores nações do planeta a uma recessão econômica.
No Brasil, o tombo foi o maior desde 1996 e interrompeu uma sequência de três anos de crescimento, período em que a atividade econômica do país acumulou alta de 4,6%. Todavia, de lá para cá, o país vem conseguindo superar as dificuldades, e as projeções para o crescimento do PIB em 2023 estão cada vez mais otimistas.
No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro deste ano, o IBC-Br cresceu 2,34%. A taxa é menos expressiva que o avanço registrado no ano passado. Aliás, a expectativa é que haja desaceleração do crescimento nos próximos meses e o indicador feche o ano com uma taxa bem próxima a 2,0% de crescimento.
Projeções para a economia brasileira em 2024
Em resumo, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. Para 2024, os analistas estimam que o PIB brasileiro deverá crescer 1,95%, taxa menor que a de 2023.
Vale destacar que as projeções podem apresentar variações mais intensas ao longo do ano, a depender dos problemas que surgirem no país, bem como da resposta que o Brasil dará a estas questões. Portanto, as estimativas atuais não permanecerão necessariamente iguais até o final do ano.
Por sua vez, o governo federal projeta um crescimento ainda mais expressivo do PIB brasileiro em 2024, de 2,2%. O percentual de avanço é o mesmo que o estimado pelo Fundo Monetário Internacional, cuja divulgação ocorreu nesta semana.
Entenda o indicador do BC
O IBC-Br é considerado a ‘prévia’ do PIB e seu objetivo é avaliar a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o BC na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Na prática, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:
- Indústria;
- Comércio e serviços;
- Agropecuária.
Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.
O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa os dados oficiais da economia brasileira.