A economia brasileira cresceu 0,8% em fevereiro de 2024, em comparação a janeiro. O dado faz parte do Monitor do PIB-FGV, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) e divulgado nesta terça-feira (16).
Apesar de ter crescido de maneira leve na base mensal, a economia brasileira teve um resultado bem melhor na comparação com anual. Em suma, o indicador cresceu 3,5% em fevereiro, na comparação com o mesmo período de 2023.
Da mesma forma, o FGV IBRE informou que o crescimento no trimestre interanual encerrado em fevereiro também foi bastante positivo. A saber, o Monitor do PIB-FGV avançou 3,3% em relação ao trimestre encerrado em fevereiro de 2023, enquanto o avanço no acumulado dos últimos 12 meses chegou a 3,0%.
Veja os destaques da economia brasileira em fevereiro
De acordo com o levantamento, o crescimento ficou disseminado entre as atividades econômicas, impulsionando o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Dentre os grandes setores econômicos, apenas a indústria encerrou fevereiro no campo negativo, limitando o avanço da atividade do país.
“A economia cresceu 0,8% em fevereiro, na comparação com janeiro, com destaque para o consumo, que segue contribuindo para o bom desempenho econômico. A formação bruta de capital fixo (investimentos) também se destacou positivamente tendo voltado a crescer após ter retraído em janeiro“, explicou a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.
“Apesar disso, importantes segmentos, como a indústria e a exportação, registraram retração nessa comparação, o que pode indicar perda de ritmo desses segmentos no início do ano“, ponderou a coordenadora.
Consumo das famílias segue forte no país
Os dados do levantamento mostraram que o consumo das famílias teve um forte crescimento de 4,3% no trimestre móvel encerrado em fevereiro. Em síntese, todos os tipos de consumo contribuíram positivamente para este resultado, com destaque para o consumo de não duráveis e de duráveis para o resultado.
“O consumo de produtos não duráveis apresentou variações positivas disseminadas, sendo as de maior destaque os referentes ao consumo de produtos alimentícios, farmacêuticos e de perfumaria. No caso de consumo de produtos duráveis, os equipamentos de informática e relacionados e de veículos explicam grande parte do aumento do segmento“, informou o FGV IBRE.
Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve uma alta de 3,2% no trimestre encerrado em fevereiro. Em suma, esse foi o primeiro crescimento desde o trimestre encerrado em maio de 2023, ou seja, em quase um ano. Nesse período, o indicador manteve a tendência ascendente, apesar de seguir no campo negativo até o trimestre móvel encerrado em fevereiro deste ano.
“Destaca-se que todos os componentes da construção cresceram, padrão que deve permanecer ao longo do ano, considerando-se a base de comparação baixa e a continuidade do ciclo de corte de juros em 2024“, disse o instituto.
Exportação e Importação
O FGV IBRE também revelou que a exportação de bens e serviços cresceu 14,2% no trimestre móvel de dezembro de 2023 a fevereiro deste ano. Nesse indicador, os produtos agropecuários e da extrativa mineral responderam por mais de 70% do crescimento das exportações. Aliás, quase todos os segmentos registraram aumento das exportações, com exceção de exportação de bens de capital.
Por sua vez, a importação de bens e serviços teve um crescimento de 9,2% no trimestre encerrado em fevereiro. Nesse caso, a importações de todos os segmentos cresceu em relação ao trimestre anterior, com exceção dos produtos da extrativa mineral. O grande destaque do período foram os bens intermediários e de serviços.
“Após ter apresentado fortes quedas em 2023, a importação de bens intermediários voltou a crescer, o que pode ser bom indicativo para a indústria de transformação, atividade com forte utilização de produtos importados em seu processo produtivo“, explicou o instituto.
Por fim, o FGV IBRE ainda estimou que, em fevereiro de 2024, o PIB brasileiro tenha alcançado a marca de quase R$ 2 trilhões, em valores correntes.
PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023
Cabe salientar que, em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9%, na comparação com o ano anterior. O avanço foi o terceiro consecutivo, após a recessão mundial provocada pela pandemia da Covid-19 em 2020.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, o PIB brasileiro cresceu em 2023 devido ao avanço dos três principais setores econômicos, com destaque para agricultura, que apresentou um desempenho surpreendente:
- Agropecuária: 15,1%;
- Serviços: 2,4%;
- Indústria: 1,6%.