O índice de turismo do Brasil encolheu 0,8% em fevereiro deste ano, em comparação com o mês anterior. A queda foi a segunda consecutiva e fez o indicador acumular perdas de 1,8% no primeiro bimestre de 2024.
Com o acréscimo desse resultado, o índice de atividades turísticas reduziu a distância em relação ao nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. O segmento de turismo está 2,2% acima do patamar pré-pandemia, diferença que estava em 3,5% em janeiro.
Por falar na crise sanitária, o setor turístico sofreu fortes perdas nos últimos anos. Em síntese, a crise sanitária afundou o turismo em todo o mundo devido ao incentivo ao distanciamento social e às restrições às viagens, medidas que visavam evitar a disseminação do coronavírus.
Em 2022, o índice de atividades turísticas do Brasil cresceu 29,9% em relação a 2021, refletindo a recuperação do turismo nacional. Aliás, o desempenho surpreendeu os analistas, que não esperavam uma alta tão significativa assim. A melhora do quadro sanitário e o fim das restrições fortaleceram a busca dos consumidores por viagens e pacotes turísticos em todo o país.
Já em 2023, o indicador cresceu 2,3% em relação ao ano anterior. O avanço foi bem mais tímido que o registrado em 2022 devido a forte base comparativa. Apesar da forte desaceleração, o resultado foi bastante positivo, indicando a melhora gradativa do setor.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Veja os estados que derrubaram o turismo
Em fevereiro, o índice de atividades turísticas recuou devido às quedas registradas em seis dos 12 locais pesquisados pelo IBGE. O recuo ocorreu, apesar do equilíbrio entre avanços e quedas. Isso aconteceu porque os recuos exerceram um impacto mais forte na taxa nacional.
Confira abaixo os estados que tiveram os principais recuos em fevereiro:
- São Paulo: -2,9%;
- Santa Catarina: -3,7%;
- Ceará: -5,4%;
- Minas Gerais: -1,5%.
Por outro lado, os impactos positivos mais intensos, que limitaram um pouco do recuo registrado no segundo mês deste ano, vieram do Distrito Federal (8,3%) e Bahia (2,4%).
Setor se afasta do recorde histórico
A saber, o turismo brasileiro ficou abaixo do patamar pré-pandemia por quase dois anos, até novembro de 2022. Entretanto, conseguiu superar essa marca em dezembro, e vem se mantendo acima dela desde então.
Embora tenha eliminado todas as perdas acumuladas na pandemia, o índice de atividades turísticas continua abaixo do patamar mais alto já observado na série. A propósito, o indicador está 4,3% abaixo do ponto mais alto já registrado, alcançado em fevereiro de 2014. Em janeiro deste ano, a distância era de 3,2%, ou seja, o recuo registrado em fevereiro distanciou ainda mais o indicador do recorde histórico.
Turismo cresce na base anual
Embora tenha recuado em relação ao mês anterior, o IBGE ressaltou que o índice de atividades turísticas cresceu na comparação anual, mesmo que de maneira bem tímida. Em resumo, o turismo brasileiro avançou 0,3% em relação a fevereiro de 2023, 35ª taxa positiva consecutiva.
O crescimento anual vem ocorrendo desde abril de 2021, principalmente por causa da base comparativa mais fraca. Isso porque a pandemia foi decretada em março de 2020 e, a partir daquele mês, a crise sanitária derrubou os dados do turismo mundial, incluindo o do Brasil.
Como a pandemia afetou diretamente o índice de atividades turísticas, todos os dados se enfraqueceram, principalmente a partir de abril 2020. Dessa forma, o indicador passou a registrar avanços significativos em relação ao mesmo período do ano anterior em 2021, e vem mantendo essas taxas positivas até hoje.
Em relação a fevereiro de 2023, o índice de atividades turísticas cresceu em seis dos 12 locais pesquisados pelo IBGE. O avanço nacional não foi expressivo devido ao equilíbrio entre altas e quedas.
A alta mais importante veio de Minas Gerais (4,9%), seguido por Rio de Janeiro (2,6%) e Bahia (5,7%). Por outro lado, Espírito Santo (-12,2%), Goiás (-8,9%), Rio Grande do Sul (-3,4%) e Distrito Federal (-3,9%) exerceram os principais impactos negativos nessa base comparativa.
Turismo cresce no primeiro bimestre de 2024
Vale destacar que, apesar das quedas registradas em janeiro e fevereiro, os resultados foram comparados com o mês imediatamente anterior. Já no acumulado do primeiro bimestre, o indicador cresceu 0,3% em relação ao mesmo período de 2023. O resultado foi impulsionado por empresas dos seguintes ramos:
- Locação de automóveis;
- Restaurantes;
- Hotéis;
- Agências de viagens;
- Serviços de bufê;
- Transporte rodoviário coletivo de passageiros.
Nesse caso, seis dos 12 locais pesquisados registraram crescimento em suas taxas, com destaque para Minas Gerais (7,6%), seguido por Rio de Janeiro (3,6%), Bahia (3,2%) e Pernambuco (4,0%). Em sentido oposto, Distrito Federal (-7,5%), Rio Grande do Sul (4,8%), Goiás (-8,6%) e Espírito Santo (-10,3%) registraram os principais impactos negativos do país no bimestre.