O consumo de produtos de supermercados pelas famílias do país continua crescendo em 2024. De acordo com o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros cresceu 1,47% no primeiro bimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023.
Em resumo, as famílias mostraram ter mais condições financeiras para aumentar o volume de compras em supermercados. Isso aconteceu graças à desaceleração da inflação no Brasil, que corresponde à queda nos preços dos alimentos e serviços, e à redução dos juros, que vêm ajudando a reduzir a inadimplência no país.
A propósito, o levantamento da Abras contempla os seguintes formatos de loja:
- Atacarejo;
- Supermercado convencional;
- Loja de vizinhança;
- Hipermercado;
- Minimercado;
- E-commerce.
Embora tenha avançado na comparação anual, vale destacar que o consumo caiu 1,54% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. A Abras citou o efeito calendário como um dos fatores para a redução do consumo em fevereiro, uma vez que o mês contou com 29 dias, enquanto janeiro tem 31 dias.
Cabe salientar que os indicadores da Abras descontam a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
Inflação desacelera em 2024
Em março deste ano, o IPCA subiu 0,16%, variação cinco vezes menor que a registrada em fevereiro (0,83%). Esse resultado mostra que os consumidores do país tiveram que pagar um pouco mais caro em março, uma vez que o termo inflação se refere ao aumento dos preços de produtos e serviços.
Contudo, vale ressaltar que a forte desaceleração da inflação no país, ou seja, os preços subiram bem menos do que anteriormente. Na verdade, a taxa inflacionária seguiu com pouca força, assim como aconteceu em boa parte dos meses de 2023, para alívio dos consumidores.
Segundo o IBGE, o que mais impulsionou a inflação em março foi o grupo de alimentação e bebidas, cujos preços subiram 0,53%. A taxa foi bem menor que a alta observada em fevereiro (0,95%) e pode indicar que os próximos dados do levantamento da Abras indiquem um crescimento do consumo nos lares brasileiros.
A propósito, os itens cujos preços tiveram os maiores avanços em março foram cebola (14,34%), tomate (9,85%), ovo de galinha (4,59%), frutas (3,75%) e leite longa vida (2,63%).
Queda nos preços do grupo transporte limita avanço da inflação
Cabe salientar que os preços do grupo transportes caíram 0,33% em março, revertendo a alta de 0,72% observada em fevereiro. Com isso, impactou a inflação do país em -0,07 p.p., limitando a alta mensal do indicador.
Em síntese, o preço médio dos combustíveis pesquisados subiu 0,17%, impulsionado pelas altas registradas por etanol (0,55%) e gasolina (0,21%). Por outro lado, os preços do gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) caíram no mês, limitando o avanço do grupo.
Consumo deve se manter elevado em 2024
Em 2023, o pagamento do Bolsa Família ajudou a elevar o consumo nos supermercados do país. Em suma, o benefício turbinado funcionou como um dos principais fatores para o aumento da renda de milhões de famílias, que se veem possibilitadas de elevarem o consumo de produtos e serviços.
O governo Lula iniciou em março do ano passado o pagamento adicional de R$ 150 para cada criança com até seis anos de idade, fato que contribuiu com o aumento do consumo no país nos últimos meses, e que deverá manter os números elevados em 2024.
Além disso, o governo passou a pagar R$ 50 a crianças e jovens com idade entre sete e 18 anos incompletos, gestantes, lactantes e nutrizes. A saber, todos estes benefícios extras estão sendo pagos às famílias seguradas do Bolsa Família em 2024.
Além disso, os dados do emprego seguem positivos no país, bem como o número de vagas criadas. “A taxa de emprego mais estável no trimestre encerrado em janeiro ajudou a manter a trajetória de crescimento do consumo em patamares semelhantes ao do ano anterior, bem como o crescimento real da renda com o reajuste do salário-mínimo”, explicou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Por fim, a Abras projeta que o consumo nos lares brasileiros deverá crescer 2,5% em 2024, na comparação com o ano passado. Em resumo, o controle da inflação e o reajuste do salário mínimo estão aumentando o poder de compra da população neste ano. E ainda vale citar o pagamento do abono salarial do PIS/PASEP e a antecipação do 13º salário de beneficiários do INSS, que deverão impulsionar os próximos números do levamntamento.