O volume de vendas no varejo brasileiro cresceu 1,0% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. O avanço foi o segundo consecutivo, sucedendo a alta de 2,8% observada em janeiro.
Com isso, o indicador atingiu o maior patamar da série histórica, que teve início em janeiro de 2000. Isso quer dizer que o setor de serviços nunca havia alcançado um nível tão elevado nos últimos 24 anos quanto o observado em fevereiro deste ano.
Aliás, vale destacar que a última vez que o varejo brasileiro havia registrado dois meses consecutivos de alta foi em setembro de 2022 (0,5% em agosto e 0,7% em setembro), ou seja, em um ano e meio.
“No entanto, naquele momento o crescimento combinado dos dois meses foi menor, menos intenso. Outro aspecto a ser destacado é que nos últimos dois anos ou janeiro ou fevereiro vieram mais fortes, mas com posterior queda. Em 2024, houve alta tanto em janeiro quanto em fevereiro”, ressaltou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Já na comparação com fevereiro de 2023, o crescimento foi de 8,2%, nono resultado positivo consecutivo. Isso mostra que as vendas no varejo seguem bem fortes nos últimos meses, em comparação a um ano atrás.
Todos os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quinta-feira (11).
Vendas crescem de maneira disseminada no mês
De acordo com o IBGE, op aumento do volume de vendas foi bastante disseminado em fevereiro, atingindo seis das oito atividades pesquisadas. A título de comparação, os avanços atingiram sete atividades em janeiro, impulsionando ainda mais a atividade no país.
Confira abaixo as variações registradas em fevereiro, na comparação com o mês anterior:
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 9,9%;
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 4,8%;
- Livros, jornais, revistas e papelaria: 3,2%;
- Móveis e eletrodomésticos: 1,2%;
- Equipamentos e material material para escritório, informática e comunicação: 0,5%;
- Tecidos, vestuários e calçados: 0,3%;
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,2%;
- Combustíveis e lubrificantes: -2,7%.
Em suma, o grande destaque de fevereiro ficou com a atividade de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria. Segundo Cristiano Santos, “a alta veio da parte de produtos farmacêuticos. Houve um fator inflacionário que precisa ser levado em conta, que resultou em um crescimento de preços, mas um crescimento ainda maior em volume de receitas”.
O gerente da pesquisa destacou que o avanço de quase 10% foi o mais expressivo dos últimos anos. Inclusive, a última vez que houve um resultado quase tão positivo quanto esse foi em janeiro de 2022, quando a atividade cresceu 9,4% em relação ao mês anterior.
Também vale destacar o bom momento para o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que cresceu pelo segundo mês seguido. No ano passado, o setor sofreu devido a uma crise contábil que atingiu grandes empresas. No ano passado, houve o fechamento de lojas físicas de departamentos, que exercem forte influência na atividade, e os resultados negativos só não aconteceram em agosto e novembro, segundo Santos.
Vendas crescem 6,1% no bimestre
O IBGE também revelou que ado comércio varejista cresceram 6,1% no primeiro bimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado. O forte avanço ocorreu devido ao bom desempenho das atividades pesquisadas. Veja abaixo as variações registradas por cada uma delas:
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 12,7%;
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 7,9%;
- Equipamentos e material material para escritório, informática e comunicação: 7,2%;
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 3,1%;
- Móveis e eletrodomésticos: 1,8%;
- Combustíveis e lubrificantes: 0,3%;
- Tecidos, vestuários e calçados: 0,0%;
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -7,7%.
Vendas crescem em 20 UF em fevereiro
O IBGE informou que as vendas no varejo brasileiro cresceram em 20 das 27 unidades federativas (UF) em fevereiro. Em síntese, esse resultado bastante expressivo impulsionou a taxa nacional, que bateu recorde no segundo mês de 2023.
Segundo o levantamento, as UFs que se destacaram positivamente em janeiro foram:
- Paraíba: 5,7%
- Amapá: 5,2%
- Mato Grosso: 4,3%
Por outro lado, os principais resultados negativos foram observados em Bahia (1,4%), Amazonas (-0,8%) e Paraná (-0,8%). Contudo, estes resultados não conseguiram afetar de maneira significativa a taxa nacional. Já Goiás teve estabilidade (0,0%) na passagem entre janeiro e fevereiro.
Na comparação com fevereiro de 2023, todas as 27 UF registraram aumento no volume de vendas, destacando-se Paraíba (19,6%), Amapá (17,9%) e Mato Grosso (17,1%), mesmos estados que se destacaram em fevereiro.