Os preços do aluguel subiram novamente no país, para tristeza dos brasileiros que vivem em imóveis locados. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o valor dos aluguéis residenciais subiu 1,06% em março, na comparação com dezembro de 2023, segunda alta consecutiva.
Embora os preços tenham avançado novamente, pesando um pouco mais no orçamento das famílias que vivem de aluguel no país, a sua variação foi menos intensa que a observada em janeiro (4,34%) e fevereiro (1,79%). Em outras palavras, o aluguel ficou mais caro no país, mas o avanço vem perdendo força a cada mês. Caso a tendência se mantenha, os valores podem começar a cair em breve.
Com o acréscimo da variação de março, o IVAR passou a acumular uma alta de 8,48% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou levemente acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até fevereiro, de 8,38%, ou seja, os preços do aluguel ficaram ainda mais caros no país, para tristeza dos brasileiros.
Vale destacar que, apesar do avanço na base anual, a taxa segue distante do recorde registrado pela série histórica, iniciada em janeiro de 2019. A saber, o maior valor acumulado em 12 meses foi observado em outubro de 2022, quando o IVAR chegou a 11,56%, variação bem superior à registrada em 12 meses até fevereiro deste ano.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados na última semana.
Preço do aluguel cai de novo em Porto Alegre
Em suma, a desaceleração do IVAR em março ocorreu novamente por causa da forte queda nos preços dos alugueis residenciais em Porto Alegre. As outras três cidades pesquisadas pelo FGV IBRE registraram alta dos preços, puxando a média nacional para cima, mas o resultado da capital gaúcha limitou esse avanço.
Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- Rio de Janeiro: 5,00%;
- Belo Horizonte: 3,75%;
- São Paulo: 0,64%;
- Porto Alegre: -2,08%.
A título de comparação, os preços também haviam subido em três dos quatro locais em janeiro e fevereiro. No primeiro mês de 2024, a única variação negativa foi registrada em Belo Horizonte (-0,16%), enquanto a única queda de fevereiro ocorreu em Porto Alegre (-3,90%). Dessa vez, apenas a capital gaúcha ficou no campo negativo, mas a redução foi mais leve que a do mês anterior.
Em março, o grande destaque ficou com Belo Horizonte, que havia registrado uma disparada de 6,41% nos preços dos alugueis em fevereiro. Embora a alta tenha sido firme em março, foi bem menor quase duas vezes menor que a do mês anterior, resultado que puxou o IVAR um pouco para baixo.
No mês, Belo Horizonte apresentou a maior variação de preços em relação a fevereiro, de 2,66 pontos percentuais. As variações das demais cidades foram as seguintes: São Paulo (2,31 p.p.), Porto Alegre (1,82 p.p.) e Rio de Janeiro (1,37 p.p.).
Veja a variação dos preços em 12 meses
Com o acréscimo das variações observadas em março, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Rio de Janeiro (8,64% para 11,03%);
- Belo Horizonte (11,01% para 9,94%);
- Porto Alegre (8,36% para 7,91%);
- São Paulo (6,61% para 6,50%).
Em março, o Rio de Janeiro passou a apresentar a maior variação anual. Em síntese, Belo Horizonte vinha registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual nos últimos meses, mas caiu para a segunda posição, para alívio dos moradores da capital mineira.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV. Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.