A taxa de desemprego foi a 7,8% no trimestre móvel de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024. O mercado de trabalho brasileiro continua apresentando uma recuperação firme nos últimos meses, refletindo o bom momento do governo Lula.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego subiu 0,3 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre móvel anterior (7,8%). Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2023, a taxa caiu 0,8 p.p., já que o percentual estava em 8,6% no período.
Segundo a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desocupação está associado “ao retorno de pessoas que, eventualmente, tinham interrompido a sua busca por trabalho em dezembro e voltaram a procurar uma ocupação nos meses iniciais do ano seguinte“.
População desocupada totaliza 8,5 milhões
A taxa de desocupação cresceu 4,1% em relação ao trimestre móvel anterior (acréscimo de 332 mil pessoas). Por outro lado, na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro de 2023, a taxa caiu 7,5% (redução de 689 mil pessoas).
Vale destacar que a população desocupada totalizou 8,5 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em fevereiro. O número cresceu na base trimestral devido à sazonalidade. Por isso, o mais adequado é analisar os dados na base anual, que refletem mais fielmente a variação dos números no país.
Embora os dados mais recentes tenham sinalizado elevação da quantidade de pessoas buscando um trabalho no país, o aumento já era esperado. Aliás, os números continuam muito altos para uma grande economia como o Brasil. Por isso que o governo espera a continuidade de dados positivos em 2024.
População ocupada do Brasil supera 100 milhões
A PNAD Contínua revelou outros dados referentes ao mercado de trabalho brasileiro. A saber, a população ocupada somou 100,250 milhões entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mantendo-se estável em relação ao trimestre móvel anterior.
Já na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro de 2023, houve um crescimento de 2,2% da população ocupada (mais 2,1 milhões de pessoas). Em resumo, o crescimento na base anual reflete os números mais fracos nos primeiros meses do governo Lula, em comparação ao mesmo período deste ano.
A PNAD ainda mostrou que o nível de ocupação ficou estimado em 57,1%, recuando 0,3 p.p. na comparação com o trimestre móvel anterior (57,4%). Já na base anual, o indicador subiu 0,7 p.p. (56,4%), refletindo a melhora do indicador em um ano. A propósito, nível de ocupação se refere ao percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar.
Taxa de desalentados chega a 3,7 milhões no Brasil
O levantamento do IBGE ainda revelou que a população desalentada no Brasil somou 3,7 milhões no período. Esse número cresceu 8,7% em relação ao trimestre móvel anterior (mais 293 mil pessoas), mas caiu 7,5% em comparação com o trimestre encerrado em fevereiro de 2023 (menos 299 mil pessoas).
Segundo o IBGE, a população desalentada é formada por pessoas que estavam fora da força de trabalho do país devido a alguma das seguintes razões:
- Não conseguia trabalho;
- Não tinha experiência profissional;
- Era muito jovem ou muito idoso;
- Não encontrou trabalho na localidade onde mora;
- Não teria condições de assumir a vaga caso conseguisse o trabalho.
Em outras palavras, os desalentados do país formam a parte da força de trabalho potencial. Isso quer dizer que eles poderiam trabalhar, mas não o fizeram devido a circunstâncias específicas.
Os dados também mostraram que o percentual de desalentados na força de trabalho atingiu 3,3% entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024. O nível subiu 0,3 p.p. na base trimestral, mas caiu 0,3 p.p. na comparação anual.
Saiba mais sobre a PNAD Contínua
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. Isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em síntese, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país, desemprego, entre outros pontos.
Os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.