O Banco Central (BC) revisou suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024. A autarquia acredita que a atividade do país deverá ser ainda mais forte que o esperado neste ano.
De acordo com o BC, o Brasil deverá registrar um crescimento de 1,9% do PIB em 2024. A última estimativa apontava que o avanço seria de 1,7% neste ano, ou seja, houve um crescimento de 0,2 ponto percentual entre os prognósticos. A propósito, a informação consta no relatório de inflação do primeiro trimestre, cuja divulgação ocorreu nesta quinta-feira (28).
Veja o que fez o BC elevar as projeções para o PIB em 2024
Em 2023, o desempenho do PIB surpreendeu o mercado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, na comparação com o ano anterior. Isso mostrou um forte desempenho da atividade econômica do país, que deverá se manter forte neste ano..
“A revisão moderada reflete, principalmente, dinamismo levemente maior que o esperado da economia no início do ano, como sugerem os indicadores disponíveis“, informou o Banco Central, justificando a elevação das projeções. De todo modo, o desempenho do PIB em 2024 deverá desacelerar em relação a 2023.
A saber, o PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços do país. Nesse caso, não é levado em consideração, por exemplo, a nacionalidade de quem fez tal bem ou serviço. O principal objetivo desse indicador é medir o comportamento da economia.
Projeções de analistas do mercado financeiro
Na última terça-feira (26), o Banco Central (BC) também divulgou as projeções de analistas do mercado financeiro em relação aos principais indicadores econômicos do Brasil. A publicação, chamada de relatório Focus, é divulgada semanalmente, trazendo atualizações das estimativas do mercado.
Na semana passada, os analistas elevaram suas projeções para o PIB brasileiro em 2023. Em suma, a economia brasileira deverá crescer 1,85% em 2024, taxa superior a da semana anterior (1,8%), e levemente abaixo das projeções do BC. Esta foi a sexta semana de alta das projeções dos analistas.
Vale destacar que a expectativa é que o desempenho do PIB brasileiro em 2024 também surpreenda o mercado e cresça mais que o esperado atualmente pelos economistas. Inclusive, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que o avanço da economia brasileira será superior a 2,2%, taxa projetada nesta semana pela pasta.
Governo projeta crescimento de 2,2% do PIB em 2024
Na semana passada, o governo federal também divulgou suas novas estimativas para o crescimento do PIB em 2024. Em resumo, o indicador deverá encerrar este ano em alta de 2,2%, taxa mais expressiva que a projetada pelo Banco Central e pelos analistas do mercado financeiro.
“O crescimento em 2024 deverá ser mais equilibrado, baseado no avanço de setores cíclicos e na expansão da absorção doméstica“, avaliou o Ministério da Fazenda. O prognóstico se manteve estável em relação à última estimativa do governo.
Para 2025, as projeções para o avanço do PIB também se mantiveram estáveis. Em resumo, o Ministério da Fazenda continuou estimando uma um crescimento de 2,8% da economia brasileira no próximo ano, indicando aceleração em relação a 2024.
De acordo com a pasta, alguns fatores deverão ajudar no crescimento da economia no médio prazo, com destaque para:
- Reforma tributária, que deve reduzir a complexidade da tributação no país, equilibrando-a entre os setores;
- Programas de incentivo ao investimento, renegociação de dívidas e transferência de renda.
As projeções do governo são bem mais otimistas que a dos analistas do mercado financeiro. Nesta semana, as estimativas do mercado indicaram um avanço de 2,00% do PIB brasileiro no ano que vem, dado que vem se mantendo estável há algum tempo.
Veja as projeções para a inflação no Brasil
Além das estimativas para o desempenho do PIB brasileiro em 2024, o Banco Central também divulgou suas projeções para a inflação no Brasil. Em suma, a taxa deverá ficar em 3,5% neste ano, mantendo-se estável em relação ao último prognóstico da autarquia.
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o Banco Central age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,0% para a inflação no país, podendo variar entre 1,5% e 4,5%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,5% e 4,5%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,0%. Como o BC acredita que a inflação ficará em 3,5%, ela será cumprida pelo segundo ano consecutivo. Aliás, o governo federal também projeta uma taxa de 3,5% da inflação no país em 2024.