O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (28) suas projeções para a inflação do país em 2024. A entidade financeira prevê que há 19% de chance de a taxa inflacionária estourar a meta neste ano no país.
A informação está presente no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do primeiro trimestre da autarquia. Em resumo, os dados mostram que as chances de estouro da meta inflacionária são muito baixas, sinalizando o bom momento para o país.
Entretanto, vale destacar que o BC divulga o relatório trimestralmente, ou seja, os números podem mudar ao longo do ano, a depender do desempenho da atividade econômica nos próximos meses.
CMN define meta da taxa inflacionária
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o Banco Central age para cumprir a meta definida, pois a taxa controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda.
Para 2024, o CMN definiu uma meta central de 3,00% para a inflação no país, podendo variar entre 1,50% e 4,50%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,50% e 4,50%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,00%. Logo, as projeções dos analistas, de 3,75%, estão dentro do limite, dado muito positivo para o país.
A propósito, o Conselho Monetário Nacional (CMN), que define a mata inflacionária do país, é composto por:
- Presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto);
- Ministro da Fazenda (Fernando Haddad);
- Ministro do Planejamento e Orçamento (Simone Tebet).
Confira as projeções do BC para a inflação no Brasil
As projeções do BC para a inflação no Brasil em 2024 se mantiveram estáveis. De acordo com o relatório, a taxa inflacionária deverá encerrar o ano em 3,5%.
Caso essa projeção se confirme, a inflação ficará dentro da meta pelo segundo ano consecutivo, após dois anos de estouro, quando os preços de produtos e serviços subiram mais do que deveriam no Brasil. Inclusive, o Governo Federal também acredita que a taxa deverá ficar em 3,5% em 2024.
Por sua vez, os analistas do mercado financeiro estimam que a inflação do Brasil ficará em 3,75% neste ano, taxa superior às projeções do governo federal e do Banco Central. Essa publicação é chamada de relatório Focus e divulgada semanalmente pelo BC, que informa as atualizações das estimativas do mercado.
Veja as estimativas para 2025
O relatório do BC também revelou as estimativas da autarquia para a inflação no Brasil em 2025. Em suma, a taxa deverá ficar em 3,2%, desacelerando em relação a este ano. Nesse caso, a taxa deverá ficar bem próxima da meta anual, que é de 3,0%.
Contudo, as taxas mais elevadas ainda são dos analistas do mercado financeiro, que estimam uma inflação de 3,52% no Brasil em 2025. Como o BC atualiza o relatório Focus semanalmente, as variações tendem a ser mais recorrentes.
Seja como for, todas estas projeções indicam que o Brasil conseguirá registrar uma inflação dentro da meta definida pelo CMN em 2025. Em síntese, a meta de inflação do próximo ano é de 3%. Portanto, o Brasil cumprirá a taxa caso ela oscile entre 1,5% e 4,5%, e todas as estimativas estão dentro desse intervalo.
Entenda o que é IPCA e o que ele mede
Em primeiro lugar, vale explicar o que é inflação. O termo se refere ao aumento contínuo e generalizado nos preços de produtos e serviços no país. Aliás, essa variação é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerado a inflação oficial do Brasil.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza a pesquisa e divulgado mensalmente os resultados. Em resumo, pesquisadores do IBGE vão a estabelecimentos comerciais para colher informações sobre os preços de diversos itens. Nove grupos de produtos e serviços pesquisados compõem o IPCA, mas cada um deles exerce um impacto específico no indicador.
Quando os preços destes produtos sobem mais do que a meta da inflação, o BC tende a elevar os juros no Brasil para reduzir o poder de compra do consumidor. Com o enfraquecimento da demanda, os preços tendem a cair, e a inflação perde força.
Na semana passada, o BC reduziu pela sexta vez consecutiva a taxa de juros do país graças à desaceleração da inflação no Brasil. A expectativa é que os juros continuem caindo e que a inflação desacelere ainda mais no país.