O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta quarta-feira (27) que o Brasil criou 306,111 mil vagas de emprego formal em fevereiro deste ano. O resultado mostra que o país registrou uma quantidade bem maior de admissões do que de demissões no segundo mês de 2024.
Os dados foram bastante positivos, já que a quantidade de vagas formais de emprego geradas no país superou em 21,2% os números observados em fevereiro de 2023, quando o Brasil criou 252,487 mil empregos formais. Os números vieram acima do consenso dos analistas, que acreditavam na criação de pouco mais de 250 mil empregos no mês.
Em síntese, o governo Lula enfrentou desafios no ano passado em relação à geração de emprego, registrando resultados inferiores aos observados em 2022. Entretanto, os últimos meses de 2023 apresentaram dados mais fortes que os do mesmo período do ano anterior, e isso vem se fortalecendo em 2024.
Estes números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A saber, não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro modificou a metodologia do levantamento.
Contratações totalizam 2,25 milhões em fevereiro
De acordo com os dados do Caged, o mercado de trabalho brasileiro teve os seguintes números em fevereiro deste ano:
- Contratações: 2,25 milhões;
- Demissões: 1,94 milhão.
Com o acréscimo do resultado de fevereiro, o Brasil passou a registrar um saldo de 45,99 milhões de empregos com carteira assinada. Esse número representa um crescimento de 1,04% em relação a fevereiro do ano passado, sinalizando o aumento do número de pessoas empregadas formalmente no país.
Veja os números de vagas de emprego criadas
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em fevereiro de 2024, algo que acontece em praticamente todos os meses.
Veja abaixo quantas vagas foram criadas em cada setor pesquisado:
- Serviços: 193.127 postos de trabalho;
- Indústria: 54.448 postos de trabalho;
- Construção: 35.053 postos de trabalho;
- Comércio: 19.724 postos de trabalho;
- Agropecuária: 3.759 postos de trabalho.
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em janeiro, já que o setor é considerado o grande empregador do país. Os números de fevereiro cresceram 233% em relação a janeiro. quando o setor liderou o ranking nacional ao criar 80.587 postos de trabalho. A propósito, o setor respondeu por 63,1% das vagas criadas no país.
Por sua vez, a indústria manteve a segunda posição do ranking, mas registrou uma queda de 18,8% no número de vagas criadas em comparação a janeiro (67.029). Da mesma forma, a construção seguiu na terceira posição e também criou menos vagas em fevereiro, quando comparado a janeiro (49.091). A redução chegou a 28,6%.
Já o setor de comércio, que havia fechado mais 38.212 vagas de emprego no país em janeiro, conseguiu reverter as quedas em fevereiro, voltando ao campo positivo. Vale destacar que boa parte das vagas criadas no país em dezembro é temporária. Por isso, o resultado de janeiro para o comércio costuma ser bastante negativo, refletindo o encerramento da ligação do colaborador temporário com a empresa.
Por fim, a agropecuária registrou o maior tombo mensal na criação de vagas de emprego (-82,8%). Em janeiro, o setor havia gerado 21.900 postos trabalho formal, número impulsionado pela colheita de alguns grãos importantes para o país. Contudo, em fevereiro, o encerramento de algumas colheitas tende a provocar a redução significativa no número de empregados do setor.
Sul lidera ranking nacional de vagas criadas
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. No primeiro mês de 2024, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país. Veja os dados de cada uma delas:
- Sudeste: 159.569 vagas de emprego;
- Sul: 84.862 vagas de emprego;
- Centro-Oeste: 34.044 vagas de emprego;
- Norte: 17.062 vagas de emprego;
- Nordeste: 10.571 vagas de emprego.
Os dados mostram que a região Sudeste liderou o ranking nacional em janeiro, ultrapassando o Sul, que havia registrado o maior número de vagas criadas no país em janeiro. A região teve um aumento de 178,7% no número de postos de emprego gerados no primeiro mês deste ano (57.243). Aliás, a região concentrou 52,1% da quantidade total de vagas criadas no país.
Por sua vez, a região Sul teve um desempenho firme, mas não tão elevado quanto o do Sudeste, e caiu para o segundo lugar no ranking. A região fechou o mês com um aumento de 26,2% no número de postos de trabalho criados em relação a janeiro (67.218) e respondeu por 27,7% do total de vagas criadas no país.
Em contrapartida, os números da região Centro-Oeste ficaram mais fracos em fevereiro, na comparação com janeiro (40.026). Isso aconteceu porque a agropecuária é muito forte na região, ou seja, quando os número do setor são elevados, impulsionam o número regional, e o contrário também é verdade. A queda no número de vagas criadas foi de 14,9%.
Os números mais fracos foram observados no Norte e no Nordeste. Somadas, as regiões concentraram apenas 9,0% das vagas de emprego criadas em fevereiro, evidenciando o fraco desempenho nas regiões. No entanto, vale destacar que as regiões inverteram as posições em relação a janeiro, pois o Norte teve um crescimento de 297% no mês (4.296), enquanto o Nordeste teve queda de 8,9% dos números (11.606).
A saber, os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país. Portanto, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).