A prévia da inflação veio um pouco mais forte que o esperado em março. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,36% no terceiro mês de 2024.
Em resumo, a variação desacelerou em relação ao mês anterior (0,78%). Embora a inflação tenha apresentando uma taxa duas vezes menor que a de fevereiro, a variação superou a média das estimativas de analistas do mercado financeiro, que acreditavam em uma alta de 0,31% no mês.
Veja como a inflação impacta a vida das pessoas
Muitas pessoas não entendem bem o que significa inflação e qual a sua importância para o país. Em suma, o termo se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.
Por exemplo, a variação dos preços nos supermercados, nos postos de combustíveis e nas farmácias afeta a população brasileira. Quando os preços sobem, as pessoas precisam pagar mais caro para adquirir os itens. Por outro lado, quando os valores caem, os consumidores conseguem economizar um pouco.
Inflação também se refere às variações nos preços dos serviços, como energia elétrica e plano de saúde. Em outras palavras, o IBGE informa o comportamento dos preços de produtos e serviços no país, indicando quais grupos apresentaram as variações mais intensas em cada período.
De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos“.
Variação dos preços em março
O IBGE revelou que cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento dos seus preços em março, na comparação com o mês anterior. O resultado foi bem mais tímido que o de fevereiro, quando os preços subiram em oito grupos, indicando maior disseminação das altas.
Confira abaixo quais foram os grupos pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram em março:
- Alimentação e bebidas: 0,91%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,61%;
- Transportes: 0,43%;
- Habitação: 0,19%;
- Educação: 0,14%.
De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebidas voltou a exercer o maior impacto no IPCA-15, de 0,19 ponto percentual (p.p.). O avanço respondeu por 52,8% da variação da inflação nacional, impulsionando-a no mês.
O avanço do grupo foi influenciado pela alimentação no domicílio, cujos preços subiram 1,04% em março, apesar de desacelerarem levemente em relação a fevereiro (1,16%).
Veja abaixo os alimentos que ficaram mais caros no Brasil em fevereiro:
- Cebola: 16,64%;
- Ovo de galinha: 6,24%;
- Frutas: 5,81%;
- Leite longa vida: 3,66%.
Vale destacar que a alimentação fora do domicílio acelerou em relação a fevereiro (0,45% para 0,59%). O avanço foi impulsionado pela refeição (0,35% para 0,76%), apesar do decréscimo registrado pelo lanche (0,79% para 0,19%).
Grupos transportes e saúde também impulsionam IPCA-15
Em março, o grupo transportes exerceu um impacto de 0,09 p.p. no IPCA-15. Em síntese, os preços dos combustíveis subiram 2,41% no mês, impulsionados pelo etanol (4,27%) e pela gasolina (2,39%), que registraram altas firmes. Por outro lado, o gás veicular (-2,07%) e o óleo diesel (-0,15%) ficaram mais baratos no mês.
Já o grupo saúde e cuidados pessoais influenciou a prévia da inflação em 0,08 p.p. em março. Os itens que se destacaram no mês foram plano de saúde (0,77%), produtos farmacêuticos (0,73%) e itens de higiene pessoal (0,39%), que impulsionaram os preços do grupo pesquisado.
Vale destacar que quatro grupos de produtos e serviços pesquisados registraram queda nos preços em março. Confira:
- Artigos de residência: -0,58%;
- Vestuário: -0,22%;
- Despesas pessoais: -0,07%;
- Comunicação: -0,04%.
Inflação sobe em todos os 11 locais pesquisados
Em março, o IPCA-15 subiu devido ao aumento dos preços em todos os locais pesquisados pelo IBGE. Embora a taxa tenha desacelerado no mês, seguiu em campo positivo, sinalizando o encarecimento disseminado dos preços no país.
Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.
Veja as taxas de março nos locais pesquisados pelo IBGE:
- Belém: 0,74%;
- Fortaleza: 0,48%;
- Recife: 0,46%;
- Curitiba: 0,46%;
- Belo Horizonte: 0,42%;
- Brasília: 0,40%;
- Rio Janeiro: 0,35%;
- Porto Alegre: 0,32%;
- São Paulo: 0,31%;
- Salvador: 0,23%;
- Goiânia: 0,14%.
“Quanto aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em março. A maior variação foi registrada em Belém (0,74%), por conta das altas do açaí (18,87%) e da gasolina (1,96%). Já o menor resultado ocorreu em Goiânia (0,14%), que apresentou queda nos preços do automóvel usado (-3,19%) e das carnes (-1,02%)“, explicou o IBGE.