O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou sua mais nova estimativa para a safra de grãos de 2024. O novo prognóstico do instituto encolheu em relação à projeção anterior, e isso também aconteceu na comparação com 2023, que teve estimativas ainda mais animadoras que as anteriores.
De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 300,7 milhões de toneladas neste ano.
A última estimativa apontava para uma safra de grãos de 303,4 milhões de toneladas em 2024. Isso quer dizer que as projeções para a colheita encolheram 0,9% em relação ao prognóstico de janeiro, queda que correspondeu a 2,7 milhões de toneladas.
Além de terem encolhido em relação ao prognóstico anterior, as estimativas em relação à safra obtida em 2023 também caíram. Nesta base comparativa, a colheita deverá encolher 4,7%, o que representa uma queda de 14,7 milhões de toneladas em relação à colheita brasileira do ano passado (315,4 milhões de toneladas).
IBGE reduz projeção para safra da soja
Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 149,3 milhões de toneladas em 2024. Isso representa um decréscimo de 1,8% na comparação com a safra de 2023 (152 milhões). Já em relação ao prognóstico de janeiro, o recuo foi de 0,8% (-1,16 milhão).
O instituto destacou que os efeitos causados pelo fenômeno climático El Niño, como o excesso de chuvas na região Sul e a falta delas no Centro-Oeste e no Norte, limitaram o potencial produtivo da leguminosa em boa parte dos estados produtores do país.
“Além disso, como o volume de produção da soja é muito expressivo no país, a redução de 0,8% na variação mensal teve grande impacto no resultado geral, assim como as quedas nas estimativas de produção de trigo e milho“, explicou o gerente do LSPA, Carlos Barradas.
Embora tenha recuado em relação ao ano passado, o IBGE destacou que o grão deverá responder por quase metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no Brasil em 2024.
Novo prognóstico para o milho também encolhe
Da mesma forma que aconteceu com a soja, o IBGE também reduziu o novo prognóstico em relação à safra do milho em 2024. Em síntese, a estimativa apontou para 116,9 milhões de toneladas, com a 1ª safra totalizando 25,1 milhões de toneladas e a 2ª safra chegando a 91,8 milhões de toneladas de milho.
O IBGE revelou que os números representam uma queda de 0,7% em relação ao prognóstico anterior. A saber, a redução deve acontecer devido à queda de 0,5% no rendimento médio.
“As condições climáticas e de mercado menos favoráveis continuaram desestimulando os produtores a investirem no cereal”, ressaltou o IBGE.
Soja, milho e arroz respondem por 92% da produção
Segundo o IBGE, a soja, o milho e o arroz, que são os principais produtos colhidos no país, deverão responder por 92% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas.
Vale destacar que a produção do arroz foi estimada em 10,4 milhões de toneladas. Com números um pouco menores, ficaram as estimativas para a safra do trigo, que deve somar 9,6 milhões de toneladas, e a do algodão herbáceo (em caroço), totalizando 8,2 milhões de toneladas.
Centro-Oeste lidera produção de grãos no país
Além disso, o IBGE revelou que houve alta nas projeções de duas regiões em relação ao prognóstico anterior: Norte (1,7%) e Nordeste (1,6%). Por outro lado, os novos prognósticos recuaram nas outras três regiões do país: Sudeste (-3,2%), Sul (-2,0%) e Centro-Oeste (-0,5%).
Já na comparação com a safra de 2023, as safras de duas regiões brasileiras deverão crescer: Sul (10,3%) e Norte (2,1%). Em contrapartida, os números das outras três regiões deverão cair, puxando a média nacional para baixo. Veja as estimativas: Centro-Oeste (-12,1%), Sudeste (-8,7%) e Nordeste (-4,3%).
Segundo o Instituto, o Centro-Oeste deverá concentrar 47,1% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em segundo lugar, com uma taxa bem menor, deverá ficar o Sul (29,3%), seguido por Sudeste (9,3%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,7%).
No que se refere às unidades federativas (UF), o Mato Grosso deverá ser o maior destaque nacional. Em resumo, o estado é o maior produtor de grãos do país, respondendo por 27,9% da produção nacional.
Na sequência, deverão ficar Paraná (13,5%), Rio Grande do Sul (13,4%), Goiás (10,1%), Mato Grosso do Sul (8,9%) e Minas Gerais (5,7%). Aliás, esses seis estados, quando somados, deverão representar 79,5% da produção nacional. Isso mostra que poucos estados deverão concentrar a maioria absoluta da produção de grãos do país.