A cesta básica ficou mais cara no país em fevereiro. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço subiu em 14 das 17 capitais brasileiras pesquisadas.
Em outras palavras, os brasileiros que dependem de cesta básica tiveram que gastar mais nos supermercados, pois os preços dos alimentos subiram na maioria dos locais em fevereiro, pressionando o orçamento de diversos consumidores.
A saber, o Dieese coleta preços de alimentos básicos em 17 capitais brasileiras e revela as suas variações, bem como a das cestas básicas. Além disso, o levantamento também mostra quais produtos tiveram as maiores oscilações em seus preços. Assim, os consumidores passam a entender o que ajudou a encarecer ou a reduzir o preço da cesta básica em cada mês.
Em fevereiro, alguns itens muito importantes na mesa dos brasileiros ficaram mais caros no país, e isso impulsionou o valor da cesta básica em boa parte do país.
Confira abaixo os alimentos que tiveram as principais altas em seus valores no mês passado e quais locais sofreram com as maiores oscilações de preços.
Feijão fica mais caro e pressiona valor da cesta básica
De acordo com o Dieese, o preço do feijão subiu em todas as capitais pesquisadas em fevereiro. O item possui uma importância vital para milhões de famílias do país, e seu avanço impulsionou o preço da cesta básica em todo o país.
Em síntese, o levantamento coleta os valores do feijão tipo carioquinha nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, bem como em Belo Horizonte e São Paulo. Já o feijão do tipo preto é pesquisado nas capitais da região Sul e em Vitória e Rio de Janeiro.
Em relação ao tipo carioquinha, as altas oscilaram entre 1,41%, no Recife, e 7,68%, em São Paulo. Entretanto, no acumulado dos últimos 12 meses, o item ficou mais barato em todas as capitais pesquisadas, com destaque para Belém, onde o preço do feijão caiu 17,11%.
Por sua vez, o feijão do tipo preto teve altas entre 2,65%, em Vitória, e 5,89%, em Florianópolis. Da mesma forma, o valor do grão também subiu em todos os locais no acumulado dos últimos 12 meses, destacando-se as variações observadas em Vitória (26,35%) e Curitiba (23,43%).
O Dieese disse que “a oferta do grão preto ficou limitada devido à quebra de safra no Paraná e a do feijão carioca, por causa do clima adverso para colheita. A demanda cresceu, o que explica o aumento de preço no varejo“.
Banana fica quase 20% mais cara em BH
Outro importante item para os brasileiros ficou mais caro em quase todas as capitais em fevereiro. Em suma, a banana registrou alta em seus preços em 16 dos 17 locais pesquisados, com as altas oscilando entre 2,62%, em Belém, e 19,83%, em Belo Horizonte. A única exceção foi o Recife, onde o item ficou 0,16% mais barato.
No acumulado dos últimos 12 meses, a fruta ficou mais cara em todos os locais. Os maiores avanços foram observados nos seguintes locais:
- Belo Horizonte: 53,07%;
- Goiânia: 41,38%;
- Salvador: 37,40%.
A saber, a coleta do Dieese abrange os tipos prata e nanica. Segundo a entidade, a redução da oferta dos dois tipos de fruta acabou pressionando os valores no varejo brasileiro em fevereiro, e isso encareceu a cesta básica em fevereiro.
Preço do arroz sobe em 14 locais
O preço do arroz subiu em 14 dos 17 locais pesquisados em fevereiro, com as altas oscilando entre 1,02%, no Rio de Janeiro, e 9,44%, em Natal.
Por outro lado, os valores caíram em três capitais no mês passado: Florianópolis (-1,61%), Campo Grande (-0,64%) e Belo Horizonte (-0,49%). Nestes locais, as reduções não foram muito intensas, mas foram as únicas a acontecerem no país.
Nos últimos 12 meses, o arroz ficou mais caro em todos os locais, com destaque para as fortes elevações em:
- Goiânia: 50,84%;
- Brasília: 43,41%;
- Natal: 40,40%.
“O movimento de compra e venda do grão bruto se diferenciou nas várias regiões do país. Em alguns lugares, a demanda aquecida elevou o preço comercializado e, em outros, houve redução nas cotações. Nas prateleiras dos supermercados, a tendência foi de alta do preço médio“, explicou o Dieese.
Pão francês fica mais caro em 13 capitais
Em fevereiro, o preço do pão francês subiu em 13 das 17 capitais pesquisadas, ajudando a impulsionar o valor da cesta básica no país. Os avanços mais expressivos foram registrados em Campo Grande (1,71%), Brasília (1,34%), Curitiba (1,25%) e Goiânia (1,10%).
Em contrapartida, as quedas aconteceram em Recife (-1,58%), João Pessoa (-1,54%) e Natal (-0,99%). Já em Fortaleza, o pão não apresentou variação em seu preço, na comparação com o mês anterior.
O resultado acumulado nos últimos 12 meses até fevereiro foi semelhante, com 14 locais registrando aumento nos preços. As variações oscilaram entre 0,57%, em João Pessoa, e 7,84%, em Belo Horizonte.
Segundo o Dieese, “a maior importação do trigo, por causa da menor disponibilidade interna, elevou o preço das farinhas e teve impacto no preço do pão“.