Os brasileiros que moram de aluguel receberam notícia negativa nesta semana. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o preço dos aluguéis residenciais subiu 1,79% em fevereiro, na comparação com dezembro de 2023, segunda alta consecutiva.
Embora os preços tenham avançado novamente, pesando um pouco mais no orçamento das famílias que vivem de aluguel no país, a sua variação foi menos intensa que a observada em janeiro, quando o IVAR subiu 4,34%. Em outras palavras, o aluguel ficou mais caro no país, mas o avanço não foi tão forte quanto o do primeiro mês deste ano.
Com o acréscimo da variação de fevereiro, o IVAR passou a acumular uma alta de 8,38% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até janeiro, de 7,60%, ou seja, os preços do aluguel ficaram ainda mais elevados no país, para tristeza dos brasileiros.
Vale destacar que, apesar do avanço na base anual, a taxa segue distante do recorde registrado pela série histórica, iniciada em janeiro de 2019. A saber, o maior valor acumulado em 12 meses foi observado em outubro de 2022, quando o IVAR chegou a 11,56%, variação bem superior à registrada em 12 meses até fevereiro deste ano.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados na última quarta-feira (6).
Preço do aluguel despenca em Porto Alegre
Em suma, a desaceleração do IVAR em fevereiro ocorreu por causa da forte queda nos preços dos alugueis residenciais em Porto Alegre. As outras três cidades pesquisadas pelo FGV IBRE registraram alta dos preços, puxando a média nacional para cima, mas o resultado da capital gaúcha limitou esse avanço.
Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- Belo Horizonte: 6,41%;
- Rio de Janeiro: 3,63%;
- São Paulo: 2,95%;
- Porto Alegre: -3,90%.
A título de comparação, os preços também haviam subido em três dos quatro locais em janeiro. Naquele mês, a única variação negativa foi registrada em Belo Horizonte (-0,16%), mas a variação leve não impediu a disparada de mais de 4% no período. Contudo, dessa vez, a capital mineira subiu da última para a primeira posição, ao registrar o maior avanço mensal entre as cidades.
Ainda assim, o grande destaque de fevereiro foi Porto Alegre, que havia registrado uma disparada de 9,86% nos preços dos alugueis em janeiro. Já em fevereiro, a trajetória reverteu o movimento e despencou quase 4%, para alívio das pessoas que alugaram imóveis residenciais na capital gaúcha no período.
Assim, Porto Alegre apresentou a maior variação de preços entre janeiro e fevereiro, de 13,76 pontos percentuais. As variações das demais cidades foram as seguintes: Belo Horizonte (6,57 p.p.), Rio de Janeiro (2,34 p.p.) e São Paulo (0,71 p.p.).
Veja a variação dos preços em 12 meses
Com o acréscimo das variações observadas em fevereiro, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Belo Horizonte (10,55% para 11,01%);
- Rio de Janeiro (8,10% para 8,64%);
- Porto Alegre (7,44% para 8,36%);
- São Paulo (5,73% para 6,61%).
Em fevereiro não houve alteração nas posições das capitais. Em síntese, Belo Horizonte continuou registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual, enquanto a menor variação continuou com Porto Alegre, apesar do forte avanço mensal.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV. Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.